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Traição no casamento, segundo o Espiritismo: qual o significado?

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Você sabe o que significa uma traição no casamento, segundo o Espiritismo?

Já imaginou as consequências espirituais de um adultério?

Como lidar com uma traição, de acordo com a visão espírita?

E o divórcio? É bem visto pela Doutrina Espírita?

Leia este conteúdo até o final para tirar essas e outras dúvidas.

Traição no casamento: qual a visão espírita do adultério?

Traição no casamento: qual a visão espírita do adultério?

Para o Espiritismo, o casamento é uma união entre espíritos afins, baseada em um sentimento real de amor, confiança, responsabilidade e compromissos recíprocos.

Já o sexo é visto pela Doutrina Espírita como ato divino a serviço da felicidade e da harmonia do Universo, que possibilita a criação da vida.

Assim, a traição, segundo o Espiritismo, é um ato de egoísmo, pois quem trai, prioriza interesses pessoais imediatos em detrimento dos sentimentos alheios e do compromisso assumido.

O Espiritismo mostra que as energias sexuais devem ser utilizadas com responsabilidade, discernimento e equilíbrio.

Temos livre arbítrio, mas estamos sujeitos a receber de volta tudo que dermos a outra pessoa também no campo nas relações afetivas.

O que é a traição na visão espírita?

A traição pode acontecer em relações amorosas, entre amigos ou colegas de trabalho, mas em um casal pode ser mais profunda, devido à extensão dos compromissos.

É uma violação à confiança alheia com consequências para a pessoa traída e para a que trai.

Porém, a fidelidade necessária a um relacionamento amoroso ultrapassa o respeito aos compromissos com a outra pessoa.

A Doutrina Espírita recomenda a não proíbe a traição, mas alerta sobre suas consequências, convidando-nos à reflexão sobre nossos sentimentos e a uma vida verdadeira e sem máscaras.

Afinal, o que o Espiritismo fala sobre a traição no casamento?

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Em “Vida e Sexo”, obra psicografada por Chico Xavier, Emmanuel diz, se um dos parceiros viola o compromisso, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo:

“Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão somente pensar em si. (…) Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis seria tratar ‘consciências’ qual se fossem ‘coisas’, e se as próprias coisas, na condição de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada um?”

Consequência espiritual da traição

Para a pessoa traída, se não estiver equilibrada espiritualmente, a traição pode ser fonte de intenso sofrimento, mágoa e raiva, que podem marcar o perispírito e repercutir em outras encarnações.

Já quem trai se afiniza energeticamente com espíritos desequilibrados no campo da sexualidade, abrindo brecha para obsessões e contaminação do perispírito por energias negativas, que podem até atingir o corpo físico e provocar doenças.

Quem trai também registra em sua consciência o reflexo da quebra da confiança da pessoa traída, contraindo uma dívida a ser quitada nesta ou em outra encarnação.

O que diz o “O Evangelho segundo o Espiritismo” sobre o adultério

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Jesus diz em uma passagem bíblica que “todo aquele que tiver olhado uma mulher com um mau desejo já cometeu adultério com ela, em seu coração”.

Allan Kardec esclarece que Jesus muitas vezes usou a palavra “adultério” para designar o mal, o pecado e todo e qualquer pensamento mau.

Se existe desejo de se transformar para melhor, o mau pensamento é oportunidade de mudança, e resistir a ele é uma vitória.

O que diz o “O Livro dos Espíritos” sobre o adultério

O Livro dos Espíritos aborda os temas do casamento, da monogamia e da poligamia.

Confira uma das suas passagens:

(Pergunta 701): “Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei da Natureza?”

Resposta: “A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade.”

O que Chico Xavier fala sobre a traição?

Em entrevista de 1971 ao programa Pinga-Fogo, da TV Tupi, Chico Xavier falou sobre sexualidade:

“As nossas ligações de natureza sexual devem obedecer ao critério da lei, da palavra empenhada, do compromisso, da monogamia, enfim, embora nos amemos infinitamente uns aos outros, mas, no terreno do sexo ,o amor precisa de represas para que ele não faça uma inundação destrutiva, criando calamidades sentimentais suscetíveis de arrasar com a família, com a nossa organização social. O amor vindo de Deus é livre, mas no sexo ele, o amor, é responsável.”

Como o Espiritismo explica o papel da amante?

Quem se envolve com pessoas sabidamente comprometidas também adquire débitos espirituais e se expõe a consequências a partir da Lei de Causa e Efeito.

Isso ocorre porque a pessoa que se coloca no papel de amante também sabe que está contribuindo para trair a confiança e o compromisso de alguém.

O Espiritismo estimula que em todos os relacionamentos humanos, se busque a pela verdade, com uma vida autêntica e sem mentiras, e isso vale para todo mundo.

Traição e vidas passadas: qual a relação?

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Uma pessoa que traiu alguém em outra encarnação pode ter que expiar a dívida contraída, sofrendo na pele uma traição em outra vida, mas isto não é determinante pois ninguém nasce com a missão de realizar o mal.

Todo dano que provocamos a alguém gera consequências para nós, que não funcionam como castigo, mas como forma de reparar o erro, perceber o mal que fizemos e evoluir espiritualmente.

Só que a evolução não dá saltos: quem em existências anteriores teve comportamentos sexuais muito desequilibrados pode reencarnar com uma tendência maior a praticar novas traições.

Se este desequilíbrio é notado em nossa personalidade atual, devemos tratá-lo com a terapia psicológica convencional e a terapia espírita para que possamos evoluir em cada uma das etapas reencarnatórias.

Como lidar com uma traição no casamento sob a ótica espírita?

Cada caso é um caso, e o Espiritismo não julga quem trai – embora não defenda, nem aprove a traição.

Afinal, a Doutrina Espírita adota os preceitos morais de Jesus, que não veio para combater o pecado e não o pecador.

A Terra é um mundo de provas e expiações, em que o erro faz parte e é oportunidade de revisão de atos e melhoramento espiritual.

O Espiritismo diz que o sofrimento é fonte de aprendizado e que devemos aprender a perdoar para seguir em frente.

A ideia não é ter uma atitude passiva diante de uma traição e se manter em silêncio em uma situação insustentável.

Ninguém é obrigado a permanecer em um relacionamento com uma pessoa que traiu sua confiança, ainda mais se ali deixou de existir respeito, amor e reciprocidade.

Por que insistir em um relacionamento que só faz sofrer?

Divórcio, segundo o Espiritismo

Divórcio segundo o Espiritismo

Jesus afirma em uma famosa passagem bíblica que o homem não deve separar o que Deus juntou.

Ele não se referia à instituição humana “casamento”, mas à união espiritual entre almas afins, baseadas na lei divina e imutável do amor.

Se o relacionamento não se baseia na satisfação das necessidades do coração, mas sim nas do orgulho, da vaidade e da sensualidade, o casamento é de conveniência sob a ótica espírita.

O casamento no cartório não é capaz de substituir a Lei do Amor, se esta não for a base da relação.

Portanto, o divórcio, segundo o Espiritismo, não contraria a Lei de Deus, mas apenas separa as pessoas legalmente o que já está separado (as almas ou espíritos e sentimentos nobres) de fato.

Perdão e arrependimento

Uma traição, como qualquer erro, pode gerar muito sofrimento, mas também pode servir de oportunidade para rever atitudes e reconstruir a relação.

O arrependimento é o sentimento de quem já consegue perceber os impactos da falha, busca ser perdoado, mudar e reparar o erro.

Do outro lado, perdoar pode ser um grande desafio, e não significa ser condescendente, mas sim libertar-se da mágoa, da raiva e da tristeza, que muitas vezes envenenam a pessoa traída.

O perdão é também um exercício de empatia, pois ninguém é imune a erros, mas isso não significa que é preciso continuar em uma relação doentia.

Avaliar se no relacionamento ainda existe amor, compromisso e respeito, e não apenas apego ou medo de ficar só, é um caminho para uma decisão.

Palestra sobre traição no casamento segundo o Espiritismo

A seguir, selecionamos algumas palestras e outros vídeos que vão ajudar você a entender melhor o tema traição no casamento segundo o Espiritismo.

Acompanhe!

O Adultério na Visão Espírita por Divaldo Franco

Divaldo Franco fala sobre traição, as razões que podem explicá-la, sentimento de culpa, resgate e reparação.

 

Adultério na Visão espírita

O estudioso espírita André Marouço aborda temas como sexo, necessidade de equilíbrio das energias sexuais, compromisso e relação entre traição e vidas passadas.

 

Traição e suas consequências

Os reflexos para a pessoa traída são abordados por Divaldo Franco nesta entrevista.

 

Adultério (Traição, Sexo fora do casamento) por Raul Teixeira

O médium Raul Teixeira fala neste vídeo sobre adultério, compromisso conjugal e a importância de buscar ajuda quando se sente o desejo de trair.

 

Livros recomendados

Agora, é a vez de conhecer duas obras espíritas que são ótimas fontes de informação complementar ao tema deste conteúdo.

Sexo e Destino, de André Luiz (Chico Xavier)

O livro retrata a trajetória de duas famílias entrelaçadas por casos de amor, paixão, vaidade, luxúria e ódio, assim como as consequências espirituais dessas relações.

-> ver livro sexo e destino

Sexo e Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda (Divaldo Franco)

A obra analisa os recursos do amor para resgate e iluminação espiritual, as consequências dos desequilíbrios sexuais, abordando temas como pedofilia, a influência negativa de programas de TV e pornografia.

-> ver livro sexo e obsessão

Conclusão

Como percebemos neste artigo, as energias sexuais devem ser utilizadas com equilíbrio e discernimento.

Trair alguém significa violar um compromisso espiritual e contrair um débito com a pessoa ofendida, que deverá ser quitado em algum momento, nesta ou em outra encarnação, conforme a Lei de Causa e Efeito.

E, como ensinou Jesus, devemos buscar fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós.

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