Você já ouviu falar sobre desencarne coletivo?
Esse tipo de morte em massa, quando muitas pessoas “morrem” ao mesmo tempo, costuma gerar muita comoção.
Afinal de contas, quase sempre está relacionado a grandes tragédias.
A verdade é que, embora as condições sejam dolorosas para todos os envolvidos , o desencarne coletivo representa um avanço no progresso destes espíritos.
Neste conteúdo, vamos abordar o porquê acontece o desencarne em massa e alguns casos que são explicados pelo Espiritismo.
Continue acompanhando!
Por que acontecem desencarnações coletivas, segundo o Espiritismo?
Antes de compreendermos as razões para as desencarnações coletivas, é importante entender o que é o desencarne.
O significado de desencarnar é abandonar a carne.
No desencarne, o espírito se separa da matéria e retorna ao plano espiritual.
O desencarne coletivo, por sua vez, é o nome dado à desencarnação de um grande número de pessoas em virtude de uma tragédia causada pelo homem, como no caso das guerras, ou por fenômenos naturais para o equilíbrio planetário.
Ações da natureza, como terremotos, furacões e tsunamis, e outras, como naufrágios, acidentes aéreos, incêndios, desabamentos, etc, são alguns exemplos de catástrofes.
Para o Espiritismo, esses acontecimentos que levam ao desencarne em massa servem para fazer os indivíduos evoluírem mais rapidamente, como esclarece Allan Kardec em O Livro dos Espíritos:
(Pergunta 737) Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
Resposta:
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento?
Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam.
Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.”
O desencarne coletivo pode ocorrer com grupos de espíritos que possuem débitos semelhantes trazidos de reencarnações anteriores.
Ou seja, tem relação com questões cármicas.
Entretanto, não se pode reduzir a experiência a um castigo.
A característica principal da desencarnação em massa é o alcance da redenção e o aprendizado da humanidade, conforme O Livro dos Espíritos:
(Pergunta 740) Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”
Caso de mortes coletivas explicadas pelo Espiritismo
Ao longo da história, diversas situações de desencarne coletivo foram presenciadas no mundo todo.
Algumas delas, exemplificadas aqui, são explicadas pelo Espiritismo, como a tragédia do Gran Circus Norte-Americano.
Em 1961, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, um circo, chamado Gran Circo Norte-Americano, foi atingido por um incêndio criminoso que deixou 503 pessoas mortas, além de mais de 800 feridas.
Outro caso de morte coletiva esclarecido pela Doutrina Espírita é o tsunami do Oceano Índico, um dos principais desastres do mundo.
Em 2004, um tremor de magnitude 9,1, originado perto da costa noroeste da ilha de Sumatra, gerou um tsunami que matou 230 mil pessoas em 14 países no Oceano Índico.
O Espiritismo também aborda a guerra, como uma das piores calamidades que dizimam a humanidade de forma cruel.
Chico Xavier – explicação sobre um acidente no circo
Imagem: Jorge Peter/Revista Flagrante
Através de Chico Xavier, o espírito Humberto de Campos explicou a tragédia do circo de Niterói no livro Cartas e Crônicas.
Esse caso é um exemplo de desencarne coletivo por afinidade de débitos passados.
Segundo ele, os desencarnados na catástrofe foram responsáveis pela morte de cerca de mil crianças e mulheres cristãs em um circo na Gália, região da França, na época do Império Romano.
Tragédia no circo da Gália, França
O fato ocorreu em 177, época em que o imperador Marco Aurélio tratava os cristãos com o máximo rigor, ordenando que as leis mais severas fossem impostas, como a morte.
Ninguém saía impune, entre homens, mulheres, crianças, idosos e doentes.
Numa noite, em que era anunciada para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, ele queria que o circo proporcionasse uma cena diferenciada.
Durante a noite inteira, então, saíram à procura de mulheres e crianças cristãs.
Encarceraram-nas e, depois de exibi-las em público, incendiaram toda a área, deitando sobre elas os cavalos.
Foram mortas, queimadas e ainda pisoteadas pelos animais.
Tsunami – vide livro Transição Planetária
O livro Transição Planetária, de Divaldo Franco, pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, explica a mudança da Terra de um planeta de provas e expiações para um mundo de regeneração.
Na obra, ele narra os acontecimentos necessários para a progressão do orbe.
Entre eles, o tsunami que atingiu o Oceano Índico.
A tragédia natural, responsável por dizimar milhares de pessoas, foi necessária para fazer a humanidade progredir mais depressa.
Logo após a tragédia, inúmeras providências foram tomadas para auxiliar os atingidos.
Nosso Lar – citando o evento da guerra
A guerra é um dos eventos mais dolorosos já presenciados pela humanidade.
Em O Livro dos Espíritos, Kardec faz algumas indagações aos espíritos sobre o assunto.
Entre elas:
(Pergunta 742) Que é o que impele o homem à guerra?
Resposta:
“Predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem – o do mais forte.
Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal. À medida que o homem progride, menos frequente se torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade, quando a sente necessária.”
(Pergunta 744) Que objetivou a Providência, tornando necessária a guerra?
Resposta:
“A liberdade e o progresso.”
a) Desde que a guerra deve ter por efeito produzir o advento da liberdade, como pode frequentemente ter por objetivo e resultado a escravização?
Resposta:
“Escravização temporária, para esmagar os povos, a fim de fazê-los progredir mais depressa.”
A guerra, portanto, é mais uma das calamidades que impulsionam o progresso da humanidade.
Entretanto, tem causa na ignorância humana.
No livro Nosso Lar, de Chico Xavier, o espírito André Luiz revela a preocupação do plano espiritual com a Segunda Guerra Mundial, em 1939.
Lísias, um amigo que conheceu durante seu tratamento, diz a André que não há como reverter o quadro:
“Infelizmente a situação geral é muito crítica, o Ministério da União Divina esclareceu que a Humanidade carnal como personalidade coletiva cometeu vários excessos. Nutriram-se as nações de orgulho criminoso, vaidade e egoísmo feroz. Experimentam, agora, a necessidade de explodir os venenos letais.”
Boate Kiss e Espiritismo
O incêndio na boate Kiss ocorreu em Santa Maria (RS), no dia 27 de janeiro de 2013.
A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos.
Através da comunicação dos espíritos desencarnados com o plano físico, sabemos que o desencarne coletivo foi um resgate por faltas cometidas em séculos passados.
Mortes durante a pandemia
Coronavírus (COVID-19)
A pandemia do coronavírus, que teve início em 2019, é causa de inúmeras mortes no mundo todo.
Só no Brasil, foram milhares de pessoas desencarnadas em razão do vírus.
No livro No Rumo do Mundo de Regeneração, Divaldo Franco, pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, explica que essa tragédia faz parte do processo de mudança moral do planeta para o mundo de regeneração.
Gripe espanhola
Assim como o coronavírus, a gripe espanhola, surgida em 1918, também provocou muitos desencarnes.
Segundo especialistas, foram mais de 500 milhões de pessoas infectadas e, pelo menos, 17 milhões de mortos.
Estima-se, na verdade, que o número possa chegar a 100 milhões de desencarnados, o que corresponde a 27% da população daquela época.
De certo, as epidemias são responsáveis por muitas desencarnações e impulsionadoras do progresso da humanidade.
Vídeos espíritas sobre o desencarne coletivo
Raul Teixeira fala sobre o desencarne coletivo:
Divaldo Franco responde sobre tragédias coletivas:
Isabel Salomão de Campos fala sobre as tragédias coletivas:
Conclusão
Como vimos ao longo deste conteúdo, o desencarne coletivo, conforme o nome sugere, é o desencarne de simultâneo de um grupo de pessoas.
Esse tipo de morte em massa costuma estar relacionado a tragédias e catástrofes.
Atualmente, com a pandemia do coronavírus, vivemos um processo de desencarne coletivo que objetiva a mudança do planeta Terra para um mundo de regeneração.
Esse é um contexto que exige a nossa reflexão.
Embora possa acontecer por dívidas cármicas, o desencarne coletivo é caracterizado pelo impulso no progresso moral.
Gostou deste conteúdo sobre desencarne coletivo? Então, aproveite o espaço ao final do texto para escrever o seu comentário.
Se ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco.
E, ainda, se quiser ver outro tema sendo abordado por aqui, faça uma sugestão de assunto para a nossa equipe pelo formulário de contato.
Excelente explicação. Fundamentada e comentada. Agradeço muito!
Gratidão pelo esclarecimento em linguagem simples mas completa.
Que bom que gostou, ficamos felizes de receber seu feedback. Muita paz.