Você já ouviu falar sobre indulgência no Espiritismo?
A ação tem uma importância significativa no nosso dia a dia, e a Doutrina Espírita explica como ela deve ser praticada e a sua relação com a caridade.
Para saber mais sobre o assunto, é só continuar acompanhando este conteúdo.
Indulgência no Espiritismo: afinal, o que é indulgência na visão espírita?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos deparamos com o seguinte trecho que diz:
“A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que não se tornem conhecidos (…)”.
Para o Espiritismo, portanto, a indulgência é uma característica moral, que tem relação com fazer o bem e a caridade.
É algo que devemos cultivar, pois atrai, acalma e corrige.
O tema se torna mais claro quando entendemos detalhadamente o significado de indulgência e de ser indulgente.
Significado de indulgência
Ao buscar o significado de indulgência, você vai encontrar respostas como “disposição para perdoar culpas ou erros; clemência, misericórdia”.
Em outras palavras, a indulgência é a capacidade de praticar o perdão.
Para isso, é preciso que outros aspectos sejam desenvolvidos.
O que é uma pessoa indulgente?
Se a indulgência é a capacidade de praticar o perdão, então, o que é ser indulgente?
Bem, uma pessoa indulgente sabe apreciar os atos do outro e é compreensivo com as faltas.
É alguém que não põe luz sobre os defeitos alheios e tampouco julga as ações do próximo.
Necessidade da caridade, segundo o Espiritismo
Talvez ainda não tenha ficado evidente, mas indulgência e caridade andam lado a lado.
Pode-se dizer que a indulgência é uma espécie de caridade moral.
Afinal, a habilidade de compreender e perdoar beneficia o próximo, concorda?
Qual a relação entre Espiritismo e a caridade?
Para o Espiritismo, a caridade é uma das principais virtudes, por este motivo Kardec ensina: “Fora da caridade não existe salvação”
É, na realidade, a alma da Doutrina Espírita.
Embora costumeiramente seja tangibilizada com ações beneficentes, a caridade tem um conceito superior.
Falamos de benevolência, ou seja, de amar o próximo como a si mesmo.
BIP segundo o Espiritismo
Em O Livro dos Espíritos, Kardec faz o seguinte questionamento aos Espíritos:
(Pergunta 886) Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?”
Resposta: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.
A explicação dos Espíritos dá forma ao BIP da caridade, do qual veremos detalhadamente a seguir.
Benevolência, indulgência e perdão (BIP)
BIP é uma sigla que pode mudar vidas. Trata-se do acrônimo para Benevolência, Indulgência e Perdão.
A indulgência, como vimos, tem relação com a tolerância às condutas alheias.
A benevolência, por sua vez, é a bondade ou vontade de tratar bem o outro.
Já o perdão é o ato de livrar alguém de uma culpa, dívida ou obrigação.
Ao unir essas três ações ou sentimentos, por assim dizer, nos tornamos capazes de praticar a caridade. O BIP é a essência das boas relações.
São atitudes que fazem elevar a vibração da humanidade.
Fazer o bem, segundo o Espiritismo
Para entender o posicionamento do Espiritismo em relação à prática do bem, vale destacarmos alguns trechos da primeira obra essencial de Allan Kardec, O Livro dos Espíritos.
(Pergunta 630): “Como se pode distinguir o bem do mal?”
Resposta: “O bem é tudo o que é conforme à lei de Deus; o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus; fazer o mal é infringi-la”.
(Pergunta 631): Tem meios o homem de distinguir por si mesmo o que é bem do que é mal?
Resposta: “Sim, quando crê em Deus e o quer saber. Deus lhe deu a inteligência para distinguir um do outro”.
(Pergunta 643) “Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o Bem?”
Resposta: “Não há quem não possa fazer o Bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o Bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o Bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário”.
Diante dessas respostas, fica claro que o bem é tudo aquilo que aproxima o homem de Deus.
Inclusive, Jesus Cristo, enviado para cumprir a missão da lei divina, foi o maior exemplo de perfeição moral que a humanidade pode aspirar na Terra.
O Espiritismo, como Consolador Prometido de Jesus, fundamenta-se na continuidade dos ensinamentos cristãos e na prática do bem.
Perdão das ofensas, segundo o Espiritismo
Chico Xavier, um dos grandes médiuns e expoentes do Espiritismo no Brasil, já dizia:
“No meu ponto de vista, a virtude mais difícil de ser posta em prática é a do perdão; perdoar exige um esforço de autossuperação muito grande”.
De fato, é uma tarefa difícil e dispendiosa, mas que devemos aprender e praticar.
Temos que perdoar cada ofensa, independentemente de quantas vezes ela for feita, como dito em O Evangelho Segundo o Espiritismo:
“Quantas vezes perdoarei ao meu irmão? Perdoá-lo-eis, não sete vezes, mas setenta vezes sete. Eis um desses ensinos de Jesus que devem calar em vossa inteligência e falar bem alto ao vosso coração (…)”.
E o perdão precisa ser verdadeiro, concedido de coração:
“Espíritas, não vos olvideis de que, tanto em palavras como em atos, o perdão das injúrias nunca deve reduzir-se a uma expressão vazia. Se vos dizeis espíritas, sede-o de fato: esquecei o mal que vos tenham feito, e pensai apenas numa coisa: no bem que possais fazer.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Exemplo de indulgência no Espiritismo
Nós, Espíritos encarnados na Terra, estamos em busca de evolução.
Miramos em Jesus Cristo como nosso maior modelo, mas devemos nos lembrar de que somos seres imperfeitos.
Não é de uma hora para outra que conseguiremos destruir as mazelas que nos assolam.
Temos que fazer um intenso e duradouro processo de reforma íntima.
O recolhimento interior ajuda a identificar hábitos ruins e aspectos que precisam ser melhorados.
Assim, com pequenas atitudes, podemos nos tornar indulgentes.
Veja aqueles que estão à sua volta e observe o seu comportamento diante dos deslizes alheios. Como você reage? Sente raiva? Faz julgamentos severos?
Comece a mudar essas reações e condutas.
Quando um fato desagradável surgir e lhe causar chateação ou aborrecimento, tente controlar seus impulsos. Respire fundo e reflita.
Pense no seu colega e procure entender as razões de tal ação. Seja compreensivo, paciente e tolerante.
Aprenda a se calar quando não tiver nada de bom a dizer. Solidarize-se com a dor do próximo.
E, assim, você estará praticando a indulgência como ensina o Espiritismo.
Indulgência infantil: dicas para a evangelização espírita
A indulgência pode ser um tema complexo de ser abordado com as crianças e adolescentes.
Por isso, na Evangelização Espírita Infantil, vale recorrer a recursos lúdicos.
A História da Girafa, por exemplo, é um bom caminho para ensinar os pequenos sobre fofocas e mentiras e como isso afasta os indivíduos da indulgência.
Para os alunos com maior idade, a dinâmica do Abrigo Subterrâneo pode ser aplicada.
Na atividade, os evangelizandos devem escolher seis indivíduos, dentre 12 listados, para entrar no abrigo e sobreviver a um bombardeio nuclear.
Eles terão que julgar as pessoas pelas características apresentadas.
Ao final da dinâmica, faça-os refletir sobre o julgamento que fizeram, mostrando que não devemos nos guiar pelas aparências, e relacione essa prática com a indulgência.
Vídeos e Palestras espíritas sobre Indulgência
Para quem quer ampliar seus conhecimentos sobre indulgência ou deseja se inspirar nos ensinamentos do mundo espiritual, aqui vão alguns vídeos com narrações de obras espíritas sobre o tema:
A indulgência – Evangelho Segundo o Espiritismo
Mensagem enviada pelo Espírito Bordeaux, em 1863, e publicada no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Vídeo sobre Indulgência
Mensagem enviada pelo Espírito Emmanuel, extraída do livro Indulgência, de Chico Xavier.
Indulgência por Joanna de Ângelis
Mensagem enviada pelo Espírito Joanna de Ângelis, divulgada no livro Viver e Amar, de Divaldo Franco.
Conclusão
Como vimos neste conteúdo, a indulgência é uma característica magnífica.
Ela diz respeito à capacidade de ser mais compreensivo com os atos dos outros e evitar julgamentos.
A indulgência está intimamente ligada à caridade que Jesus Cristo sempre reforçou em seu Evangelho.
Além dela, benevolência e perdão também formam o BIP da caridade.
Basta nos dedicarmos para aprimorar essas habilidades, lembrando sempre de amar o próximo como a si mesmo.
E não se esqueça: tudo começa pela reforma íntima.
O autoconhecimento é a base para identificar os aspectos que precisam ser melhorados.
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Muito bom trabalho. Me ajudou na montagem do meu estudo a respeito. Grata.
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