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Casamento espírita: como acontece no Espiritismo?

Matrimonio espírita

Ainda que o termo seja comumente atribuído à união de pessoas espíritas, o casamento espírita não é uma prática estabelecida pelo Espiritismo.

Neste artigo, você vai entender o porquê, além de conhecer a visão da Doutrina Espírita sobre o matrimônio.

Acompanhe nas próximas linhas.

O casamento, segundo o Espiritismo

O casamento segundo o Espiritismo

O casamento é considerado uma das principais instituições sociais.

Trata-se da união voluntária entre duas pessoas, além de uma conciliação capaz de principiar uma família.

O casamento é visto como um passo importante no crescimento humano, que está envolvido na etapa de reprodução do ciclo da vida.

Ou seja, nascer, crescer, se reproduzir, envelhecer e morrer.

Encontrar alguém para viver a vida em conjunto e manter esse laço de amor fortalecido é uma forma de progresso.

Essa mesma lógica se aplica à Doutrina Espírita.

O que é o casamento para o Espiritismo?

Para o Espiritismo, o casamento é um dos primeiros atos de progresso das sociedades humanas.

É uma união natural que estabelece a solidariedade fraternal.

De acordo com os Espíritos, sem o casamento, a humanidade retornaria à vida primitiva.

A Doutrina Espírita ainda associa o casamento à constituição da família, um vínculo de suma importância para a evolução moral:

“De todas as associações existentes na Terra – excetuando naturalmente a Humanidade – nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição da família. De semelhante agremiação, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces da civilização.” (Emmanuel, Vida e sexo, 115. ed., p.13).

Além disso, vale acrescentar que as relações pessoais na Terra são essenciais para a evolução espiritual.

Dessa forma, o matrimônio, muito frequentemente, constitui uma prova difícil, mas redentora ao espírito.

Casamento espírita existe?

Casamento espírita existe?

Ainda que o Espiritismo se posicione a favor da união permanente de dois seres, o casamento espírita como cerimônia ou dogma, não existe.

Diferentemente de outras religiões e correntes filosóficas, a Doutrina Espírita não impõe regras ou orientações sobre a realização do matrimônio.

O que deve-se buscar é a formalização civil da união, comprometendo-se assim o casal e filhos (se houverem) às leis vigentes.

Isso porque, reforçamos que o Espiritismo não segue rituais, dogmas ou mesmo cerimônias, sejam elas de casamento, batizado e outras.

Celebração de casamento espírita

Celebração de casamento espírita

Como não existe casamento espírita, é certo dizer que não existe um conjunto de normas e procedimentos para a celebração do matrimônio entre espíritas.

Ainda que, oficialmente, não haja um ritual próprio, os noivos podem querer se apoiar em princípios espíritas para a realização da cerimônia.

Quem celebra o casamento espírita?

Qualquer pessoa pode celebrar um casamento entre espíritas.

Alguns noivos convidam amigos e parentes, enquanto outros contratam celebrantes profissionais.

Vale dizer que nenhum membro de federação ou casa espírita pode usar o nome do Espiritismo para realizar tais cerimônias, uma vez que tal prática fere os princípios da Doutrina Espírita.

Pode ter festa em casamento espírita?

Como não há nenhuma regra ou proibição do Espiritismo quanto aos casamentos, a decisão de fazer festa cabe exclusivamente aos noivos.

Dessa forma, após o casamento civil, pode haver uma festa para celebração.

Mensagem espírita sobre o casamento

Mensagem espírita sobre o casamento

Ainda que o Espiritismo não tenha rituais para o casamento, a união natural entre dois seres é vista de maneira positiva pelo Espiritismo, como fica evidente nessa mensagem de Emmanuel, psicografada por Chico Xavier e publicada no livro Vida e Sexo:

“O casamento ou a união permanente de dois seres, como é óbvio, implica o regime de vivência pelo qual duas criaturas se confiam uma à outra, no campo da assistência mútua.

Essa união reflete as Leis Divinas que permitem seja dado um esposo para uma esposa, um companheiro para uma companheira, um coração para outro coração ou vice-versa, na criação e desenvolvimento de valores para a vida.

Imperioso, porém, que a ligação se baseie na responsabilidade recíproca, de vez que na comunhão sexual um ser humano se entrega a outro ser humano e, por isso mesmo, não deve haver qualquer desconsideração, entre si.

Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual injuriada ou perfidamente interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo.

Indiscutivelmente, nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelutável.

Na Terra do futuro, as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio e, por antecipação, milhares de criaturas já desfrutam no próprio estágio da encarnação dessas uniões ideais, em que se jungem psiquicamente uma à outra, sem necessidade da permuta sexual, mais profundamente considerada, a fim de se apoiarem mutuamente, na formação de obras preciosas, na esfera do espírito.

Acontece, no entanto, que milhões de almas, detidas na evolução primária, jazem no Planeta, arraigadas a débitos escabrosos, perante a lei de causa e efeito e, inclinadas que ainda são ao desequilíbrio e ao abuso, exigem severos estatutos dos homens para a regulação das trocas sexuais que lhes dizem respeito, de modo a que não se façam salteadores impunes na construção do mundo moral.

Os débitos contraídos por legiões de companheiros da Humanidade, portadores de entendimento verte para os temas do amor, determinam a existência de milhões de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação de faltas passadas confere a numerosos ajustes sexuais, sejam eles ou não acobertados pelo beneplácito das leis humanas, o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador.

De qualquer modo, é forçoso reconhecer que não existem no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais forem, sem raízes nos princípios cármicos, nos quais as nossas responsabilidades são esposadas em comum.”

Oração espírita para casamento

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A prece espírita é sempre bem-vinda nas mais diversas ocasiões.

Não seria diferente com o casamento.

Para celebrar e fortalecer a união de casais, há as orações espíritas que podem ser feitas na cerimônia ou em outros momentos.

Veja um exemplo:

“Senhor, hoje não peço por mim mas por todos os casais da Terra…

O casamento é instituição sagrada, até o momento ainda não compreendida por número significativo de corações que lhe adentram as portas sublimes, transfigurando-se bastas vezes em tabernáculo de egoísmo, e onde as paixões salientam apenas a importância dos corpos, em detrimento das almas!…

Peço Senhor, abençoa os homens que aceitam o compromisso do casamento, para que compreendam a importância do sentimento feminino e cresçam com ele, suavizando assim a praticidade fria da sua própria natureza…

Peço pelas mulheres, meu Pai, que mesmo ostentando diplomas e capacidade indiscutível à tarefas múltiplas, uma vez desposadas, não olvidem dos compromissos sagrados da edificação familiar através da maternidade e da dedicação ao lar que vêm de construir…

Ambos são forças que se conjugam e se completam no instituto da vida, abrindo portas à edificações humanas de valor incalculável.

Sem o esforço do homem e da mulher, na busca da construção conjunta do lar onde se abrigam, e onde acolhem filhos e obras veneráveis, o mundo seria invariável cenário de promiscuidade e dor, prevalecendo ainda e sempre o instinto animal, depreciativo e destruidor, por sobre o afeto elevado, a razão e a civilidade…

Rogo abençoa hoje, Senhor, todos os casais e casamentos, derramando sobre todos a tua bênção e o teu amor… Desperta no coração da cada pessoa comprometida o sentimento de responsabilidade para com o companheiro ou a companheira, e também para com a própria união…

Que a nobreza, a tolerância, a generosidade e a fraternidade imperem sobre tudo, em todas as uniões, abrindo campo ao diálogo e à compreensão, e moldando assim os verdadeiros laços do amor…

Que a abnegação e a renúncia, alegremente entendidas, sejam praticadas pelo casal, em nome da paz e da harmonia conjugal, para que o lar seja campo de esperança e oportunidade, refazimento e felicidade…

Afasta de todos os casais a discórdia, a desavença, o desamor e a indiferença. Que menos lágrimas sejam derramadas por separações aflitivas, que menos almas imaturas se vejam atingidas por rupturas e desvinculações desnecessárias!

Que teu Amor Augusto seja parâmetro e luz para qualquer ocasião, auxiliando a que a união conjugal terrena se sedimente em moldes mais elevados de harmonia, vida e progresso, hoje e sempre!…

Assim seja!”

Palestras sobre o casamento no Espiritismo

Como o casamento espírita é uma dúvida frequente entre quem planeja se unir, o tema tornou-se alvo de palestras e vídeos, como esses:

Vídeo da FEB sobre casamento espírita

Este vídeo da FEBtv explica como o casamento pode ser feito:

Como é realizado um casamento espírita?

Neste vídeo, Alexandre Caldini responde se é possível e como fazer o casamento no Espiritismo.

Assista:

Conclusão

Como vimos neste artigo, o casamento espírita não existe, em razão de que o Espiritismo não estabelece qualquer tipo de ritual.

Isso não impede, no entanto, que os espíritas se casem e façam as suas celebrações.

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Além disso, a união natural entre dois seres é vista pela Doutrina Espírita como um progresso da humanidade.

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