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O que é animismo no Espiritismo? Tipos de fenômenos e exemplos

Animismo e mediunidade

Talvez você já tenha ouvido falar sobre os fenômenos anímicos, mas será que você sabe, de fato, o que é animismo no Espiritismo?

A telepatia, por exemplo, é uma manifestação anímica.

Além dela, há outras que também se classificam como animismo.

Entender o animismo na visão espírita é essencial para compreender os eventos anímicos e aprender a distingui-los da mediunidade.

É isso mesmo, os fenômenos anímicos são diferentes dos fenômenos mediúnicos.

Você sabia disso?

Veja mais sobre o assunto neste artigo.

Acompanhe até o final!

O que é animismo para o Espiritismo?

o que é Animismo

O animismo é caracterizado por “fenômenos psíquicos inconscientes se produzidos fora dos limites da esfera corpórea do médium, ou extra mediúnicos”, conforme descreve o cientista e filósofo russo Alexandre Aksakof em seu livro Animismo e Espiritismo, considerada a principal obra sobre o assunto.

Em outras palavras:

o animismo tem relação com os fenômenos produzidos pelo psiquismo do próprio Espírito encarnado.

Por essa razão, emprega-se o nome de animismo, derivado da palavra animé, que significa “alma”, uma vez que a alma é responsável pelas manifestações.

Na Codificação Espírita, Allan Kardec ensina que o intercâmbio entre o plano físico e o plano espiritual pode ser estabelecido por meio de duas vias: a via mediúnica que é a mais conhecida, ou a via anímica, que acontece através da emancipação da alma ou do desdobramento espiritual. Para mais detalhes, veja o Capítulo VIII – Parte Segunda de O Livro dos Espíritos.

Assim, durante o sono, o espírito é capaz de se desprender (emancipar-se) do corpo e entrar em contato com o mundo espiritual, podendo carregar lembranças do que viu, sejam essas visões atuais, do passado ou futuras, conforme explicam os espíritos:

(Pergunta 402) Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono?

Resposta: “Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potência e pode pôr-se em comunicação com outros Espíritos, quer neste mundo, quer noutro (….)”.

Os fenômenos anímicos acontecem com todas as pessoas sendo elas médiuns ostensivos ou não. Desta forma, podemos momentaneamente participar de eventos no Mundo Espiritual sem que haja interferência de terceiros (outros Espíritos) nesses fenômenos.

Leia também: Mundo de Regeneração: o que é regeneração no Espiritismo?

Animismo e mediunidade

Animismo e mediunidade

O animismo é uma das vias de ligação com o mundo espiritual.

Por isso, costuma ser tratado como mediunidade.

Entretanto, há uma certa diferença entre os fenômenos anímicos e os mediúnicos.

Como já explicamos, os fenômenos anímicos são produzidos pelo próprio espírito do encarnado.

Por outro lado, os fenômenos mediúnicos se utilizam do médium como instrumento, e, sempre haverá a presença e interferência de Espíritos de terceiros nestes fenômenos.

Veja mais sobre o assunto no vídeo de Raul Teixeira:

Como esclarece Allan Kardec, a mediunidade é um dom concedido por Deus para que os indivíduos encarnados possam “penetrar no mundo invisível”.

É uma faculdade inerente a todos os homens, mas nem todos possuem ostensividade.

O que é choque anímico na visão espírita?

Animismo e mediunidade

Devemos diferenciar o animismo do choque anímico.

O choque anímico no Espiritismo representa a ligação entre o perispírito de um espírito encarnado ao de um desencarnado. E portanto é um fenômeno mediúnico e não anímico, sem interferência dos desencarnados.

Nesse caso, o perispírito do encarnado transmite uma alta carga fluídica animal no instante em que o desencarnado vem dar uma comunicação em uma reunião mediúnica.

A sensação para o Espírito desencarnado é que ele está tendo a oportunidade de estar novamente usando um corpo (no caso o corpo do médium) para se manifestar e dar sua mensagem.

O choque anímico é um acontecimento bastante comum em centros espíritas, cujo objetivo principal é auxiliar os encarnados no tratamento das obsessões.

Os obsessores desencarnados podem falar das suas queixas e quando bem aconselhados, deixam suas vítimas em paz, livrando os obsediados de intensa influência espiritual.

No livro Loucura e Obsessão, de Divaldo Franco, pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, o choque anímico é explicado da seguinte maneira:

“Da mesma forma que, na terapia do eletrochoque, aplicada a pacientes mentais, os Espíritos que se lhes imantam recebem a carga de eletricidade, deslocando-se com certa violência dos seus hospedeiros, aqui o aplicamos, através da psicofonia atormentada, que preferimos utilizar com o nome de incorporação, por parecer-nos mais compatível com o tipo de tratamento empregado, e colhemos resultados equivalentes. Trazido o Espírito rebelde ou malfazejo ao fenômeno da incorporação – prosseguiu Emerenciana – o perispírito do médium transmite-lhe alta carga fluídica animal, chamemo-la assim, que bem comandada aturde-o, fá-lo quebrar algemas e mudar a maneira de pensar (…).”

Cabe salientar que a violência relatada não é, de fato, o uso de força bruta, mas, sim, a intensidade da carga fluídica.

É como se um jato de luz fosse projetado sobre os espíritos que costumam vibrar apenas em faixas muito negativas.

Pela razão do padrão vibratório desconhecido, a emoção é demasiada.

Animismo e mistificação

A mistificação é o ato ou efeito de ludibriar, ou seja, de enganar alguém.

As mistificações podem ser provocadas por espíritos encarnados ou desencarnados.

Dessa forma, não se pode confundi-las com o animismo, uma vez que os fenômenos anímicos são produzidos pelo próprio espírito encarnado, e não por outros espíritos.

Em O Livro dos Médiuns, Kardec destina uma parte especial para tratar sobre as mistificações.

Ele explica que a ação dos espíritos inferiores podem ser tão realistas que são capazes de enganar os que não têm plena consciência do Evangelho:

“Dir-se-á, sem dúvida, que, se um Espírito pode imitar uma assinatura, também pode perfeitamente imitar a linguagem. É exato; alguns temos visto tomar atrevidamente o nome do Cristo e, para impingirem a mistificação, simulavam o estilo evangélico (…)”.

Em outro trecho do capítulo, o codificador da Doutrina Espírita esclarece que há um meio de preservar as as mistificações:

1ª As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do Espiritismo prático. Haverá meio de nos preservarmos deles?

Resposta: “Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Certamente que há para isso um meio simples: o de não pedirdes ao Espiritismo senão o que ele vos possa dar. Seu fim é o melhoramento moral da Humanidade; se vos não afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, a que todo homem de bom-senso pode admitir.”

Portanto, para afastar as mistificações, basta seguir os caminhos de Jesus Cristo e manter-se conectado com Deus. Analisando todas as mensagens e não aceitar aquelas que são contrárias à moral e ao bem-senso.

Aliás, como explicam os Espíritos, “Deus permite as mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do Espiritismo fazem objeto de divertimento.”

É algo que difere os bons médiuns dos ruins.

Fenômenos anímicos

Animismo

Como vimos ao longo deste artigo, os fenômenos anímicos são produzidos pelo próprio Espírito encarnado.

Esses fenômenos foram alvo de estudo do fundador da metapsíquica, Charles Richet.

Segundo o pesquisador, e também médico francês, a metapsíquica é a “ciência que tem por objeto a produção de fenômenos mecânicos ou psicológicos devidos a forças que parecem ser inteligentes ou a poderes desconhecidos, latentes na inteligência humana.”

Richet classificou os fenômenos metapsíquicos em dois grupos: subjetivos e objetivos.

Os fenômenos subjetivos não exercem ação dinâmica sobre os objetos materiais, enquanto os fenômenos objetivos são caracterizados pela ação física sobre os objetos materiais.

Conheça a seguir alguns dos fenômenos metapsíquicos:

Telepatia

Telepatia é um termo bastante popular.

Tele representa “à distância”, enquanto patia, derivado do grego pathos, quer dizer “impressão exercida sobre a alma”.

Assim, telepatia é o fenômeno anímico caracterizado pela ligação entre almas, que podem transmitir sensações e até se comunicar.

Em O Livro dos Espíritos, Kardec questiona sobre como isso acontece:

(Pergunta 421) Como se explica que duas pessoas perfeitamente acordadas tenham instantaneamente a mesma ideia?

Resposta: “São dois Espíritos simpáticos que se comunicam e vêem reciprocamente seus pensamentos respectivos, embora sem estarem adormecidos os corpos.”

Telecinesia

Telecinesia também traz a ideia de transmissão por pensamento, uma vez que o termo também carrega o pronome tele, que indica “à distância”.

Cinesia, por sua vez, diz respeito à movimentação rápida.

Ou seja, telecinesia é o movimento de objetos sem o emprego de qualquer força mecânica.

Sonhos e premonições

As premonições são sensações de que algo que vai acontecer.

Esses pressentimentos, normalmente, surgem em sonhos, que podem ser chamados de sonhos premonitórios.

Como Kardec explica em O Livro dos Espíritos, “o sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono (…).”

Intuições

A intuição é uma forma de conhecimento direto sem o uso do raciocínio discursivo.

Isto é, por meio das intuições, o indivíduo pode captar a realidade de algo, como se soubesse o que deve fazer.

É provável que você já tenha tido episódios de intuição e tomado decisões com base nelas.

Psicometria

A psicometria é um fenômeno anímico que permite ao indivíduo “ler” objetos e ambientes.

Em outras palavras, ao ter contato com itens e lugares, surgem lembranças e impressões de eventos pregressos ligados a eles.

A psicometria é um termo cunhado pelo médico americano Joseph Rhodes Buchanan, em meados do século XIX.

Psico vem do grego psykhé e significa “alma”, enquanto metria expressa a ideia de medição ou medida.

Conclusão

Ao final da leitura deste texto, você já sabe o que é animismo no Espiritismo.

Como vimos, o animismo é uma das vias de comunicação com o mundo espiritual.

A outra é a mediunidade.

O animismo está ligado aos fenômenos produzidos pelo próprio encarnado.

Ou seja, quando não há interferência dos espíritos sobre as manifestações.

Além disso, de acordo com a metapsíquica, os fenômenos anímicos são classificados em subjetivos (ausência de ação sobre objetos materiais) e objetivos (presença de ação sobre objetos materiais).

Neste artigo, passamos pelos principais aspectos estudados.

Para se aprofundar no assunto, vale a leitura da obra Animismo e Espiritismo, de Alexandre Aksakof.

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