O Espírito de Verdade é um colaborador imprescindível na codificação espírita.
Ele nos trouxe mensagens esclarecedoras, assim como se colocou à disposição do codificador Allan Kardec a fim de responder a dúvidas que surgissem.
Porém, inúmeras pessoas ainda têm dúvidas sobre quem é o Espírito de Verdade e o porquê de sua importância.
Neste conteúdo, vamos esclarecer essas questões e trazer a inspiração que o Espírito de Verdade proporciona.
Acompanhe até o final.
Espírito de Verdade na codificação espírita
A codificação espírita foi realizada por Allan Kardec, que se reuniu com inúmeros médiuns e recolheu os ensinamentos que os espíritos passavam através deles.
O Espírito de Verdade ou Espírito da Verdade se apresentou com essa identidade e auxiliou Kardec a organizar a codificação.
Além disso, nos contemplou com inúmeros ensinamentos e esclarecimentos edificantes, servindo como modelo para a reforma íntima.
Allan Kardec e o Espírito de Verdade
A primeira comunicação de Allan Kardec com o Espírito de Verdade se deu, certa feita, quando ele estava em sua residência, concentrado em seus afazeres.
Kardec ouviu barulhos diferentes dos habituais e também sentiu uma presença autêntica que o intrigou.
Por conta disso, em uma reunião mediúnica, o codificador informa o acontecido e pede orientações.
Neste momento, ele é informado que tratava-se de espírito amigo e que, inclusive, estava presente no ambiente.
Logo, caso desejasse, poderia fazer os questionamentos almejados.
Esse diálogo está descrito no livro Obras Póstumas, na parte intitulada “A minha primeira iniciação ao Espiritismo”.
Acompanhe:
Kardec: Meu Espírito familiar, quem quer que seja, agradeço-te por ter vindo me visitar. Consentirá em me dizer quem tu és?
Resposta: “Porque para ti, eu me chamarei A Verdade e todos os meses, aqui, durante um quarto de hora, estarei à disposição.”
Kardec: O nome Verdade, por ti adotado, constitui uma alusão à verdade que eu procuro?
Resposta: “Talvez; pelo menos, é um guia que te protegerá e ajudará.”
Kardec: Terá animado na Terra algum personagem conhecido?
Resposta: “Já te disse que, para ti, sou a Verdade; isto, para ti, quer dizer discrição; nada mais saberá a respeito.”
Kardec: Disse-me que será para mim um guia, que me ajudará e protegerá. Compreendo essa proteção e o seu objetivo, dentro de certa ordem de coisas; mas, poderia me dizer se essa proteção também alcança as coisas materiais da vida?
Resposta: “Porque nesse mundo, a vida material é muito importante para se levar em conta; não te ajudar a viver seria não te amar.”
Desde então, o Espírito de Verdade acompanhou Kardec em sua codificação e nos trouxe inúmeros esclarecimentos edificantes.
Quem é o Espírito de Verdade?
O termo Espírito de Verdade tem origem no seguinte esclarecimento feito por Jesus Cristo, quando encarnado na Terra.
Observe:
“Se me amais, guardai os meus mandamentos; e Eu rogarei a meu Pai, e Ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito.” (João, 14:15 a 17 e 26.)
Logo, podemos concluir que Jesus nos promete outro consolador.
No entanto, afirma que o mundo ainda não está preparado para conhecê-lo e que sua missão será relembrar os ensinamentos do Cristo que tenham sido esquecidos ou incompreendidos.
A Doutrina Espírita surge, no momento previsto, cumprindo a promessa de Jesus.
E dentre tantos espíritos instrumentos da codificação, está o Espírito de Verdade.
O Espiritismo chega com o intuito de explicar de forma mais detalhada não só as parábolas de Jesus, mas todos os seus ensinamentos que não puderam ser explicados à época e que ainda hoje necessitam de esclarecimento.
Consequentemente, retirando o véu de muitos ensinamentos que ainda se mostravam misteriosos.
Até então, ainda não temos informação certa sobre quem é, de fato, O Espírito de Verdade, ou se ele se constitui de um conjunto de Espíritos superiores com a responsabilidade de trazer ao mundo a Doutrina Espírita.
O que podemos concluir é que, assim como Jesus, é um espírito ou espíritos prepostos do Cristo que trabalharam e trabalham com o objetivo de trazer consolação e causa justa para todas as vicissitudes da vida.
Espírito de Verdade é Jesus?
Como prometeu, o Espírito de Verdade acompanhou Kardec durante muitos meses, colocando-se à disposição para o esclarecimento de dúvidas, sem nunca se identificar.
No entanto, durante a confecção da Revista Espírita de 1861, Kardec encontrava-se trabalhando em um livro e ninguém, além dele, tinha conhecimento sobre isso.
A princípio, o livro se chamava A Imitação do Evangelho.
Porém, após orientações superiores, Kardec o nomeou como conhecemos hoje: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Neste ínterim, ao participar de uma reunião mediúnica, Kardec recebeu a comunicação de um espírito acerca do livro em questão.
Vale ressaltar que apenas o codificador sabia desse livro.
Na mensagem, o espírito dizia o seguinte:
“Acaba de aparecer um livro novo, é uma luz mais brilhante que vem clarear a nossa marcha.
Há dezoito séculos, por ordem de meu Pai, vim trazer a palavra de Deus aos homens de boa vontade.
Essa palavra foi esquecida pela maioria dos homens, e a incredulidade e o materialismo vieram abafar o bom grão que eu tinha depositado em vossa terra.
Há muitas moradas na casa de meu Pai, eu lhes disse há dezoito séculos, e o Espiritismo veio tornar compreensíveis essas palavras.”
Essa mensagem foi assinada pelo Espírito de Verdade e, neste momento, foi possível compreender que o Espírito de Verdade é comparável ao próprio Jesus Cristo.
Existem muitos estudiosos que consideram o Espírito de Verdade como um ilustre filósofo da antiguidade, que não declinou sua verdadeira identidade.
Dissertação assinada pelo Espírito de Verdade
Em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXXI intitulado Dissertações Espíritas, podemos encontrar no ítem IX a seguinte dissertação assinada pelo Espírito de Verdade:
“Venho, eu, vosso Salvador e vosso juiz; venho, como outrora, aos filhos transviados de Israel; venho trazer a verdade e dissipar as trevas.
Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra, tem que lembrar aos materialistas que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar a planta e que levanta as ondas. Revelei a Doutrina Divina; como o ceifeiro, atei em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: Vinde a mim, vós todos que sofreis!
Mas, ingratos, os homens se desviaram do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e se perderam nas ásperas veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer, não mais por meio de profetas, não mais por meio de apóstolos, porém, que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto a morte não existe, vos socorrais e que a voz dos que já não existem ainda se faça ouvir, clamando-vos: Orai e crede! por isso que a morte é a ressurreição, e a vida – a prova escolhida, durante a qual, cultivadas, as vossas virtudes têm que crescer e desenvolver-se como o cedro.
Crede nas vozes que vos respondem: são as próprias almas dos que evocais. Só muito raramente me comunico. Meus amigos, os que hão assistido à minha vida e à minha morte são os intérpretes divinos das vontades de meu Pai.
Homens fracos, que acreditais no erro das vossas inteligências obscuras, não apagueis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos, para vos clarear a estrada e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Em verdade vos digo: crede na diversidade, na multiplicidade dos Espíritos que vos cercam. Estou infinitamente tocado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa imensa fraqueza, para deixar de estender mão protetora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem no abismo do erro. Crede, amai, compreendei as verdades que vos são reveladas; não mistureis o joio com o bom grão, os sistemas com as verdades.”
Mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo
A seguir, veremos algumas mensagens contidas no capítulo VI de O Livro dos Espíritos, trazidas pelo Espírito de Verdade:
“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade” – O Espírito de Verdade (Paris, 1860).
“Bebei na fonte viva do amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da vossa imortalidade” – O Espírito de Verdade (Paris, 1861).
Advento do Espírito de Verdade
No capítulo VI de O Livro dos Espíritos, encontramos o Advento do Espírito de Verdade.
Nele, Jesus Cristo nos relata que enviaria outro Consolador por misericórdia de seu Pai, a fim de auxiliar os espíritos encarnados em sua jornada evolutiva.
No entanto, tomados pelas mazelas humanas, acabaram por se afastar do Espírito da Verdade e se enveredaram em grande dor e sofrimentos, frutos de seu próprio livre-arbítrio.
Porém, Ele nos traz uma mensagem de amor e caridade, esclarecendo que Deus sempre consola os aflitos e insistindo para que o véu da ignorância nos seja arrancado dos olhos.
Conclusão
Jamais estaremos sós, pois o nosso consolador estará sempre conosco, nos dando orientações e esperança.
Logo, devemos seguir disciplinados na reforma íntima e nos estudos da Doutrina Espírita.
E então, você já conhecia a história do Espírito da Verdade? Conte-nos suas percepções nos comentários abaixo.
E caso queira nos dar alguma sugestão, fale conosco pelo formulário de contato. Será um prazer trocar experiências com você!
