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O que é livre-arbítrio? Existe? Qual é o significado? 

livre arbitrio

Você sabe o que é livre-arbítrio? Qual relação com o espiritismo?

Neste conteúdo, vamos esclarecer um dos conceitos mais importantes do Espiritismo, que é a base para a forma como conduzimos a nossa vida na Terra.

Todos fomos criados igualmente em simplicidade e conhecimento. A cada um Deus nos deu uma determinada missão que é chegar à perfeição.

No exercício do livre-arbítrio, isto é nossas escolhas, chegaremos à ela, conforme nossa vontade e dedicação para a aquisição dos valores morais e espirituais que nos tornam felizes e ditosos.

Continue acompanhando até o final!

O que é livre-arbítrio?

O que é livre-arbítrio?

Muita gente já ouviu falar, mas não compreende com exatidão o que é o livre-arbítrio, esta capacidade de discernimento e escolha que Deus outorgou à todos os Espíritos.

Saber o que significa livre-arbítrio é fundamental para entender as leis divinas e os princípios que regem o Universo.

Pois bem, segundo o dicionário, arbítrio é a decisão dependente apenas da vontade.

Já o termo livre, que precede o arbítrio no nome, indica autonomia.

Sendo assim, livre-arbítrio é a capacidade de escolha autônoma.

Em outras palavras, é a possibilidade que o indivíduo tem de agir conforme seus próprios desejos e decisões.

Leia também: Planejamento reencarnatório: o que é e como é feito?

Para que serve o livre-arbítrio?

Para que serve o livre-arbítrio?

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec esclarece aspectos importantes que nos ajudam a compreender o livre-arbítrio, a exemplo de:

(Pergunta 123) Por que Deus tem permitido que os Espíritos possam seguir o caminho do mal?

Resposta:

“Como ousais pedir a Deus contas de seus atos? Supondes poder penetrar-lhe os desígnios? Podeis, todavia, dizer o seguinte: A sabedoria de Deus está na liberdade que Ele deixa a cada um, porquanto, assim, cada um tem o mérito de suas obras.”

Uma vez que o indivíduo tem o livre-arbítrio e é responsável por suas escolhas, ele pode seguir o caminho do bem ou do mal.

Isso não quer dizer que Deus permite ou se alegra em ver alguém andando pelo percurso errado.

Ele dá a liberdade, justamente, para que os seres humanos adquiram a consciência de fazer o certo e colher os frutos pelas escolhas.

É como um pai que ensina ao filho o que se deve fazer, e as consequências que decorrem de seus atos bons ou maus. Como funciona o livre-arbítrio?

Como vimos até aqui, o livre-arbítrio é a capacidade de fazer escolhas.

Mas, afinal, como isso funciona?

Liberdade de escolha

No livre-arbítrio, as escolhas são livres.

Isto é, o indivíduo tem a liberdade de fazer suas opções, sejam elas quais forem.

Entretanto, é importante refletir sobre como podemos escolher o melhor caminho.

Isso porque nem tudo lhe convém.

Na Parte Terceira – Capítulo X de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, na Questão de nº 872, faz um Resumo teórico do móvel das ações humanas, onde aborda a questão do livre-arbítrio.

Neste resumo, ele esclarece que os Espíritos, antes de reencarnar, escolhem o gênero de suas provas e como encarnados exercem seu livre-arbítrio na faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido.

Qual é a diferença entre a liberdade e o livre-arbítrio?

Qual é a diferença entre a liberdade e o livre-arbítrio?

Liberdade e livre-arbítrio, embora pareçam semelhantes, têm contextos distintos.

O livre-arbítrio está mais relacionado à consciência do ser. Ou seja, a tomada de decisões é baseada nas morais do indivíduo.

Já a liberdade tem ligação com princípios e regras externas.

Em toda sociedade há os direitos do cidadão, certo? Esses direitos representam a liberdade.

Ainda assim, não é porque ela existe que você possa utilizá-la sem limites, pois ela termina no momento em que o outro também possa exercê-la de maneira plena.

Leia também: Provas e Expiações: quais as diferenças, segundo o Espiritismo?

Livre-arbítrio existe?

Há quem não acredite no livre-arbítrio.

Um dos argumentos dos descrentes é a existência do destino, da predestinação ou da preferência Divina em privilegiar determinado indivíduo ou coletividade.

Isso acarretaria dizer que cada um de nós tem um destino já definido e todas as nossas escolhas são previamente determinadas.

Os céticos também defendem o ponto de vista da ciência, que indica que o nosso cérebro toma as decisões de forma automática, e não consciente como acreditamos.

Entretanto, é só pensarmos em exemplos do dia a dia para ver que o livre-arbítrio está sempre presente.

Se você está dirigindo em direção ao trabalho e alguém fecha o seu carro, você pode escolher respirar fundo e seguir seu trajeto ou parar o veículo e tirar satisfação, concorda?

Ou, então, se uma pessoa te faz um pedido ou uma proposta, seja qual for, você decide se vai aceitar ou recusar, certo?

Leia também: Provas da reencarnação: Existe? Há provas científicas?

A diferença entre Liberdade e Libertinagem

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Já falamos da diferença entre liberdade e livre-arbítrio.

Cabe agora distinguir liberdade de libertinagem.

Pois bem, ainda que o indivíduo possa fazer as escolhas que quiser, nem todas elas são ideais.

Até porque, além da lei de Deus, existe a lei dos homens, que pune os cidadãos por infrações cometidas.

Ainda que se tenha, por exemplo, o livre-arbítrio para decidir roubar, não é certo exercer tal ação.

A libertinagem, portanto, é o uso inadequado da liberdade. E portanto uma ação que contrarie as leis divinas (imutáveis) e a lei dos homens, mesmo que temporárias e mutáveis, refletirão em alguma consequência que dependerá do grau deste delito.

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Tudo na vida tem consequências – Lei de Causa e Efeito

Engana-se quem acredita que as consequências se limitam ao mundo físico.

Isso porque o Universo é regido pela Lei de Causa e Efeito.

Segundo a lei, toda ação acarreta uma reação, e as consequências acontecem nesta encarnação ou em outras.

Um assassino que é absolvido da condenação na lei dos homens, por exemplo, não sai impune na lei divina.

O espírito vai carregar esse fardo, impresso em seu perispírito, até se livrar dele com base no arrependimento verdadeiro e por meio de provas e expiações.

Portanto, ainda que se tenha o livre-arbítrio, cada escolha e toda ação influenciam no progresso espiritual.

Livre-arbítrio, segundo Santo Agostinho

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Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, encontramos diversas mensagens de Santo Agostinho sobre amor, caridade e a importância da prece.

Numa delas, sobre “Mundos Regeneradores”, ele nos dá uma valiosa lição sobre o nosso papel no progresso da humanidade.

Em determinado trecho, Santo Agostinho menciona:

“(…) quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores.”

E logo complementa:

“Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria.”

Certamente, todos nós queremos viver em um lugar melhor.

Mas o que fazemos para que ele chegue mais depressa?

Qual é a nossa contribuição?

Que escolhas influenciam nessa mudança?

Em outro trecho da mensagem, Santo Agostinho destaca:

“Mas, ah! Nesses mundos, ainda falível é o homem e o espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas aguardam.”

O fato é que não estamos em um grau de ignorância (como nos homens primitivos) que atenua nossas falhas em virtude do livre-arbítrio.

Estamos caminhando para um mundo de regeneração, e temos responsabilidade no planeta de Provas e Expiações e na transição.

Leia também: As principais Parábolas de Jesus: As MAIS LINDAS da Bíblia

Livre-arbítrio no Espiritismo

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O livre-arbítrio é um dos principais pilares filosófico-morais do Espiritismo.

Afinal, todas as nossas ações e decisões têm relação direta com o nosso progresso espiritual.

Em O Livro dos Espíritos (Parte Terceira – Capítulo X), Kardec dá destaque ao tema, como nas seguintes perguntas endereçadas aos espíritos:

(Pergunta 843) Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?

Resposta:

“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”

(Pergunta 844) Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?

Resposta:

“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”

(Pergunta 845) Não constituem obstáculos ao exercício do livre-arbítrio as predisposições instintivas que o homem já traz consigo ao nascer?

Resposta:

“As predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir. Lembrai-vos de que querer é poder.”

O exemplo de “O Jovem Rico” por Amélia Rodrigues

Além de O Livro dos Espíritos, outras obras espíritas também retratam o livre-arbítrio, como “O Mancebo Rico”, texto da poetisa Amélia Rodrigues, contido no livro Primícias do Reino, psicografado por Divaldo Franco.

A história remete à uma passagem bíblica de um jovem rico que encontra Jesus (Mateus, 19:16 a 30. Marcos, 10:17 a 31. Lucas, 18:18 a 30).

O mancebo, cuja vida era repleta de fartura, não se sentia completo.

Jesus, então, disse-lhe para vender tudo, repartir com os pobres e segui-lo.

Para ele, renunciar aos bens nem era o maior dos problemas, mas abrir mão de sua juventude e seguir Jesus era demais, tanto que não o fez.

Uma semana depois, em Cesaréia, o moço rico participa de uma corrida e, “numa manobra menos feliz, um carro vira e um corpo tomba na arena, despedaçado pelas patas velozes em disparada (…). Silenciando os gritos na concha acústica, tem a impressão de escutá-lo: – Renuncia a ti mesmo; vem, e segue-me!”

O jovem rico fez a sua escolha e, certamente, carregou as consequências da sua decisão.

Leia também: Princípios do Espiritismo: Os 5 princípios básicos da Doutrina Espírita

Vídeos sobre livre-arbítrio e Espiritismo

O livre-arbítrio por Raul Teixeira:

 

Destino e livre arbítrio pela TV Mundo Maior:

 

Livre-arbítro, escolhas e consequências por Haroldo Dutra

Conclusão

Neste texto, vimos o que é livre-arbítrio e a influência desse princípio em nosso adiantamento espiritual.

Deus, criador do Universo, além de nos capacitar de inteligência, deu-nos autonomia para fazer nossas próprias escolhas.

Sendo assim, não há razão para vivermos no egoísmo e dentro da nossa própria ignorância.

Precisamos trilhar o caminho da fé e do amor, praticando o bem e a caridade.

Só assim alcançaremos a evolução do nosso espírito e contribuiremos para o progresso da humanidade.

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