Olá amigo(a) do Conteúdo Espírita, hoje vamos falar sobre o que é mediunidade segundo o Espiritismo. Acompanhe este artigo e conheça mais sobre o assunto.
O que é mediunidade segundo o Espiritismo?
Segundo Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, todos nós somos mais ou menos médiuns, referindo-se ao fato de que todos temos um certo grau de sensibilidade, porém médium, na acepção do termo, é aquele indivíduo que possui esta sensibilidade de forma ostensiva, que capta, que percebe mil nuanças que para aquele que não tem esta sensibilidade de forma intensa, passa despercebido, este mundo invisível ao nosso redor.
O que é ser uma pessoa médium?
Médium, como o nome sugere é aquele que está no meio, entre o mundo físico e o extra-físico, é o intermediário, percebendo através de sua “antena psíquica” que se manifesta no corpo humano, através de uma glândula cerebral.
A glândula pineal ou epífise, que na maioria das pessoas, após certa idade, na adolescência, esta glândula diminui de tamanho e até seca, enquanto em outros ela se torna mais viva e quase dobra de tamanho. A epífise é a sede da mediunidade no corpo humano.
A ciência humana, até o presente, não consegue explicar, ainda, este fato de que o comportamento desta glândula possa ser tão diverso entre as pessoas. Percebendo de infinitas maneiras o mundo invisível no qual estamos todos mergulhados, pois que se interpenetram o mundo físico, objetivo e o mundo espiritual, subjetivo.
Sensações da mediunidade: o que uma pessoa médium sente?
As sensações do sensitivo, o médium, variam ao infinito:
- cheiros,
- visões,
- sensações,
- cores,
- ruídos
- e mil outras nuances
Que são passíveis de serem captadas pelos médiuns, demonstrando a necessidade de ir, o sensitivo, em busca de conhecimento acerca das questões da mediunidade e a fim de habilitar-se a lidar com tão complexas questões.
Mediunidade e a reencarnação
A mediunidade já é estabelecida antes mesmo de o Espírito reencarnar, ainda no mundo espiritual é definida a presença da mediunidade ostensiva na nova vida que está por ser iniciada, vida em um novo corpo.
Desta forma, a mediunidade é uma faculdade que independe de crença, cor, classe social, nível sócio econômico ou cultural e que já vem estabelecida ainda antes da reencarnação, na pátria espiritual. Por isto, não existe a possibilidade de o indivíduo intentar em alguma ação que possa levar ao surgimento da mediunidade, ela está subordinada ao programa reencarnatório de cada qual.
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O principal livro sobre mediunidade
O grande manual sobre Mediunidade é o Livro dos Médiuns, lançado em 15 de Janeiro de 1861, em Paris, por Allan Kardec.
E tem como conteúdo doutrinário o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
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Sinais de mediunidade. Como saber se você deve trabalhar a sua mediunidade?
Ao longo de nossas vidas, a Mediunidade poderá surgir de infinitas maneiras, dependendo do grau de sensibilidade de cada um.
Quando esta sensibilidade se apresentar de forma ostensiva, em razão do afloramento da Mediunidade, o indivíduo tenderá a experimentar sensações diversas, e muitas vezes controversas, como por exemplo:
- o fato de uma mudança abrupta e repentina de humor, sem uma razão aparente,
- outras vezes passará a “sentir” presenças, como se estivesse na companhia de alguém que somente ele é capaz de ver,
- ou através de sensações, as mais diversas, como ansiedade, pânico, dor, tristeza, alegria, ódio, etc…. levando o indivíduo, não raro, a desequilíbrios que necessitarão auxílio específico.
Sociedades Espíritas para o desenvolvimento da mediunidade
Muitas vezes chegam até as Sociedades Espíritas, pessoas com estas e outras dificuldades nesta área, sofridas, angustiadas e desejosas de entender o que está acontecendo, geralmente após terem batido em muitas portas, sem êxito.
A medida que começam a ouvir os ensinamentos de Allan Kardec, através do conhecimento e estudo das obras básicas do Espiritismo. Quer seja através de palestras espíritas, de um atendimento pessoal pelo diálogo fraterno, oferecido nas Sociedades Espíritas, estas pessoas começam a entender os mecanismos da mediunidade e percebem que se faz necessário uma caminhada, às vezes longa, que vai exigir dedicação, empenho e disciplina para que além de entender, o indivíduo se capacite a lidar com a mediunidade de forma equilibrada e racional.
Evidentemente que se trata de um grande desafio, pois se nos é difícil conhecer-mo-nos a nós próprios e lidarmos com nossas questões íntimas e conflitos, que todos nós temos, imaginemos no caso da mediunidade. Lidar com sentimentos os mais variados, que são captados pelo sensitivo no mundo á nossa volta, é de fato um imenso desafio.
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Como saber se devo trabalhar a mediunidade?
O que irá definir se o indivíduo necessita trabalhar a mediunidade, como vulgarmente se fala, será o grau de dificuldade que o seu surgimento irá impor ao seu portador.
Pois esta faculdade poderá surgir em qualquer época, em qualquer idade, trazendo muitos desafios ao ser, que poderão variar ao infinito. Sendo em alguns, muito suaves e estáveis enquanto em outros poderão surgir de forma abrupta, muita intensa, causando grandes tumultos, podendo colocar a vida do sujeito “de cabeça para baixo” de um para outro momento.
Em um passado próximo, nos manicômios, a maioria dos pacientes, era em verdade, portadores de mediunidade, não significando, no entanto, que a mediunidade seja sinônimo de caminho para a loucura, muito ao contrário. O estudo sólido da mediunidade, leva ao entendimento e a compreensão dos fenômenos espíritas, são de fato, verdadeiro antídoto para o desequilíbrio e a loucura.
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5 principais tipos de mediunidade
Entre este universo tão variado, rico de nuances, poderíamos destacar cinco tipos principais de mediunidade:
Médiuns psicofônicos
São aqueles que captam o pensamento do Espírito que se quer comunicar e através da fala vão de forma mais ou menos consciente, transmitindo o que o espírito comunicante deseja dizer.
É como se o médium vestisse o pensamento do Espírito, a fala passa, por assim dizer, pela mente do médium e este exterioriza-a pela palavra, na maioria das vezes o médium não está pensando no que está sendo falado, noutras, ele ignora aquele conteúdo, que lhe é totalmente estranho, e etc…
Médiuns Videntes ou Clarividentes
São aqueles dotados da capacidade de ver os Espíritos, onde alguns gozam dessa faculdade em estado normal, ou seja, fora do transe mediúnico, quando perfeitamente acordados, conservam a lembrança do que viram. Outros possuem esta capacidade somente em estado sonambúlico ou próximo do sonambulismo.
Porém é muitíssimo raro que esta faculdade se mostre de forma permanente, quase sempre é consequência de uma crise passageira. O médium vidente acredita ver os espíritos com seus olhos, porém ele os vê através da alma, e é capaz de vê-los mesmo com os olhos fechados, onde se pode concluir que mesmo um médium cego é capaz de ver os Espíritos.
Médiuns de efeitos físicos
São aqueles capazes de produzir efeitos materiais, como o movimento de corpos inertes, os ruídos, etc. Esta é uma mediunidade bastante rara e pode se dividir em médiuns facultativos, os que têm consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas por ato de sua própria vontade, e os médiuns involuntários ou naturais, que são aqueles que os fenômenos ocorrerão, exercerão sua influência, alheio á sua vontade.
Estes, nenhuma consciência tem da capacidade que possuem e muitas vezes o que de anormal ocorre ao seu redor, não se lhes parece em nada extraordinário.
Médiuns curadores, ou de cura
São aqueles que possuem o dom de curar ao simples toque, pelo olhar, ou por um gesto, sem o uso de qualquer medicação, apenas recorrendo ao recurso da prece, que é uma verdadeira evocação.
Médiuns Psicógrafos, ou de psicografia
A psicografia ocorre quando um Espírito que se quer comunicar atua sobre o médium que sob esta influência move o braço de forma maquinal, no caso da psicografia Direta, para escrever, sem que o médium tenha a menor ideia do que se vai produzir na escrita que está sendo grafada pelo seu intermédio.
Já na escrita indireta, o Espírito comunicante se aproxima do médium e lhe intui, como que lhe vai dizendo num processo mente a mente o que deseja grafar e o médium vai seguindo-lhe as sugestões mentais, neste caso, o médium sabe, e de certa forma, participa do que será escrito.
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Relatos de mediunidade narrados na Bíblia
Temos na Bíblia vários relatos relacionados com a mediunidade, que é atemporal, um destes casos é o momento da transformação da água em vinho, nas bodas de Caná, por Jesus, narrado em João 2.1-11. Também em Isaías (Is 8,19):
…parece que ele ouviu “uma voz como a de um fantasma que vem da terra.”
E também em João (Jo 4 ,1):
“Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus…”
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Como desenvolver a mediunidade?
Existem sociedades espíritas sérias, embora muitas vezes sejam constituídas por homens falíveis como somos todos, isso faz com que um trabalho sério não possa ser realizado. Também devemos lembrar que nem todas as instituições espíritas buscam um fim sério, algumas vezes por maldade, mas na maioria das vezes, por ignorância, muitas há que espiritualistas em suas práticas, dizem-se espíritas, sem o serem.
Nas instituições sérias, em cuja base está o estudo sistêmico das Obras Básicas da Codificação Espírita, ditadas pelos espíritos de Escol e organizadas por Allan Kardec, encontraremos toda uma estrutura, uma programação de estudos e cursos que irão possibilitar não apenas o conhecimento profundo e sólido do Espiritismo, mas também o desenvolvimento do seu aspecto prático, especificamente aqui, da Mediunidade.
Grupos de Intercâmbio Mediúnico
O aspirante a médium, devidamente orientado irá participar de atividades com o fim específico de experimentação, os chamados Grupos de Intercâmbio Mediúnico, que promovem, nestas atividades a comunicação dos Espíritos através dos médiuns, mais ou menos treinados.
Com a antena psíquica buscam aprimorar-se a fim de conhecer mais e melhor os meandros da mediunidade com o fim de servir a causa do bem, colocando sua sensibilidade e até mesmo seu organismo físico ao serviço do esclarecimento dos que sofrem nas sombras da ignorância, através da abençoada “mediunidade com Jesus”.
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Mediunidade Infantil na visão espírita
A mediunidade pode aflorar em crianças, porém nelas, à luz do Espiritismo se aconselha que se abstenham de incentivar que crianças venham a praticar a mediunidade. Em razão principalmente do organismo ainda débil, em formação, levando em conta o amplo desgaste das forças que a atividade mediúnica poderá ocasionar.
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Desafios de ser médium conforme a doutrina espírita
De acordo com o Espiritismo, ser médium é um grande desafio, pois irá exigir do candidato muitas mudanças nos seus hábitos de vida, exigir muita disciplina, dedicação, empenho e abnegação, que nem todos estarão dispostos a arcar com estes altos custos.
Não se pode imaginar o desenvolvimento e prática da mediunidade, sem que haja muitas mudanças na vida do médium, é salutar informar-se bem o candidato a médium, para que tenha noção do que terá de abrir mão, para dedicar-se a ser médium.
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Perigos de explorar financeiramente a sua mediunidade…
Muitos médiuns desavisados, que buscaram se ocupar da mediunidade apenas com seus aspectos práticos, sem o aprofundado estudo que a faculdade mediúnica exige, acabam resvalando por uma infinidade de equívocos e armadilhas tramadas pelo mundo espiritual inferior.
Nossos irmãos, que ainda se deixam dominar pela ignorância, acabam influenciando a estes médiuns que se tornam exploradores da mediunidade, desconsiderando a máxima do “dai de graça, o que de graça recebestes”.
Em complicidade com entidades espirituais que se ocupam em tudo falar, sem nenhum compromisso com a verdade, utilizando-se, muitas vezes, de nomes respeitáveis e pomposos. Somente para ganhar crédito, no afã de enganar, cobrando altas somas daqueles que buscam os “médiuns profissionais” dos quais o mundo está cheio.
Ao lidar com a mediunidade visando obter lucro, o médium está se expondo a grandes perigos, pois os espíritos que virão na sua ajuda, serão na grande maioria, espíritos que simpatizam com tal atitude, desprovidos de escrúpulos para com a falência do desavisado lidador da mediunidade. A mediunidade, segundo Allan Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, “é uma faculdade abençoada e santa, e deve ser vivida santamente”.
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Exemplos de Mediunidades
O mundo está cheio de médiuns bons, mas carente de bons médiuns que vivam a mediunidade com Jesus.
Somente poderemos lidar com algo de forma ampla e profunda, tendo conhecimentos amplos e profundos sobre aquela matéria que se vai buscar.
O Espiritismo é uma ciência, e como tal, demanda tempo, estudo aprofundado, meditação acurada em suas nuances, para adquirirmos condições e recursos para a sua prática.
Conclusão: use bem a sua mediunidade
A doutrina espírita é um verdadeiro tesouro, pois através desta doutrina, percebemos que ninguém morre, que não somos culpados, mas somos responsáveis por tudo que fazemos e afeta ao nosso redor e, que Deus é este pai de amor, que sempre nos concede novas oportunidades.