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Mediunidade infantil na visão espírita: crianças médiuns

mediunidade infantil

Na codificação espírita, Allan Kardec já mencionava a mediunidade infantil no Capítulo XVIII de O Livro dos Médiuns.

Após a obra, ao longo dos anos, continuamos vendo diversos relatos que comprovam a faculdade mediúnica em crianças, às vezes como médiuns involuntários ou naturais onde os fenômenos ocorrem de forma espontânea ou como médiuns historiadores, que contam acontecimentos remotos no tempo ou médiuns videntes, observando a presença dos Espíritos em seu dia a dia.

Neste conteúdo, vamos tratar desse assunto sob a visão espírita.

Acompanhe o texto até o final!

Mediunidade infantil na visão espírita: o que é?

Mediunidade infantil na visão espírita

Não é raro os pais notarem habilidades psíquicas diferenciadas nos filhos.

Entretanto, por não saberem o que é mediunidade infantil e tampouco como ela se manifesta, os sinais costumam ser ignorados.

Além disso, muitos familiares optam por reprimir ou minimizar os comportamentos apresentados.

É importante saber que, segundo o Espiritismo, a mediunidade em crianças é bastante comum.

É uma espécie de predisposição natural.

Isso porque elas acabaram de reencarnar – ou seja, de voltar à vida em outro corpo – e estão ainda na fase de consolidação, ou de ajustes do Espírito ao corpo físico e por isso, conservam muitos elementos do mundo espiritual.

Essa característica faz com que os pequenos tenham mais sensibilidade e, portanto, mais facilidade de perceber a presença e as comunicações dos Espíritos.

Como saber se é mediunidade ou imaginação?

mediunidade na infancia

É inegável que as crianças possuem uma imaginação muito fértil.

Por essa razão, os pais podem ter dificuldade em reconhecer a mediunidade dos filhos, já que, em muitos casos, a comunicação com um “amigo invisível” pode não passar de uma criação da mente.

Infelizmente, não há um aspecto-chave que diferencia a mediunidade da imaginação, mas, acompanhar os comportamentos e hábitos das crianças pode ajudar os pais a distinguir uma coisa da outra.

Descrever ou mencionar pessoas desencarnadas e o excesso de detalhe nos relatos, por exemplo, podem ser indícios da faculdade mediúnica.

Como diz Kardec, na Introdução de O Livro dos Médiuns, é essencial experimentar e perceber que a criança não tem medos, que encara os fenômenos com naturalidade e passado algum tempo até esquece do ocorrido.

Leia também: Espiritismo para crianças: Livros, filmes e 6 atividades

Como os pais devem encarar e agir com crianças médiuns?

crianças médiuns

Primeiramente, os pais devem saber que a mediunidade infantil não é sinal de garantia de que o filho se tornará um médium na vida adulta.

E que se a mediunidade, se não for espontânea, não deve ser desenvolvida e estimulada na tenra idade pelos inconvenientes que um organismo frágil pode sofrer como abalos psicológicos, imaginação excessiva e sobreexcitação.

Tratando-se apenas de uma percepção extrassensorial mais aflorada ela pode ou não ser desenvolvida.

Entretanto, os pais precisam ter consciência de que as manifestações são espontâneas e não há como impedir a comunicação dos Espíritos.

O melhor mesmo é aceitá-las e ensinar os pequenos a lidar com elas.

E como fazer isso?

Bem, escutar atentamente os relatos é o primeiro passo.

Também cabe aos pais evitar alguns comportamentos, como acusar a criança de mentir, incitar o medo e explorar a mediunidade em seu benefício.

Em casos raros a mediunidade de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo da criança, e deve ser evitada.

No caso da escrita (psicografia) tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.

Criar o hábito da prece também é essencial, para e criar um campo de proteção.

Leia também: Evangelização Espírita Infantil: Como fazer? Aulas e atividades

Seu filho tem um amigo imaginário? Saiba como lidar com isso

crianças médiuns

Ao lidar com crianças médiuns, os pais devem adotar alguns cuidados especiais, sobretudo no caso de amigos imaginários.

Se o seu filho conversa e brinca com seres invisíveis, não o repreenda.

Pelo contrário, dê abertura para que ele fale sobre o assunto.

Os relatos são importantes para que você consiga identificar se o amigo é, de fato, um eEspírito desencarnado ou apenas fantasia.

Observe ainda alguns aspectos, como a postura da criança diante do amigo imaginário, a relação entre eles, se há momentos específicos em que o amigo aparece e se o seu filho apresenta comportamentos que indiquem solidão.

Se você constatar que se trata de um Espírito, procure identificá-lo.

Peça para que seu filho descreva a aparência e conte histórias que tenha ouvido.

Mostrar fotos de familiares e amigos falecidos também pode ajudar.

Caso perceba que o Espírito tem atrapalhado o desenvolvimento do seu filho, vale recorrer a um centro espírita.

Agora, se o amigo imaginário for apenas fruto da imaginação, e ainda assim causar problemas, o ideal é procurar acompanhamento psicológico.

Nível de sensibilidade mediúnica das crianças

Nível de sensibilidade mediúnica das crianças

No início deste artigo, mencionamos que a mediunidade em crianças é mais frequente em virtude do recente egresso do mundo espiritual.

A partir dos sete anos de idade, as percepções extrafísicas tendem a diminuir.

Cabe salientar que, conforme explica Kardec em O Livro dos Médiuns, todos nós temos a mediunidade, em maior ou menor grau:

“Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada,que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva. Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, auditivos, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, pneumatógrafos, escreventes ou psicógrafos.”

Leia também: Doutrina Espírita para iniciantes: conceitos básicos e 5 livros confiáveis para começar

3 casos de mediunidade infantil

mediunidade infantil

Nos registros históricos de mediunidade infantil que têm relação com o Espiritismo, destacam-se três casos:

1. Irmãs Fox

As irmãs Katherine “Kate” Fox, Margaret “Maggie” Fox e Leah Fox ficaram muito conhecidas por seus relatos mediúnicos.

Em 1847, elas se mudaram para uma casa em Hydesville, no interior de Nova York, e lá começaram a ouvir alguns barulhos, como de arranhões nas paredes e móveis sendo arrastados.

As meninas, então, decidiram se comunicar com a “entidade espiritual” que apelidaram de Senhor Pé Rachado, se referindo à figura mítica , e receberam respostas.

Foi assim que descobriram o Espírito de Charles B. Rosma, um homem que havia sido assassinado em um dos cômodos do imóvel.

2. Meninas que ajudaram Kardec na Codificação

No início da codificação da Doutrina Espírita, Allan Kardec contou com a ajuda de duas irmãs, Caroline e Pélagie Baudin.

Não se sabe ao certo com que idade (em torno de 12 ou 15 anos de idade) as duas tiveram as primeiras manifestações da mediunidade.

Entretanto, à época dos trabalhos com Kardec, Caroline e Pélagie já tinham suas faculdades bem desenvolvidas.

3. Ermance Dufaux

Ermance Dufaux conheceu Allan Kardec em 1857.

Ela foi a médium que o codificador da Doutrina Espírita procurou para consultar o mundo espiritual sobre a ideia de publicar a Revista Espírita, que circulou entre 1858 e 1869 em Paris, na França.

Ermance Dufaux descobriu sua mediunidade muito cedo.

Na época, chegou a ser diagnosticada com desequilíbrio nervoso, mas, com o passar do tempo, sua família compreendeu que se tratavam de faculdades mediúnicas.

Leia também: Música e Espiritismo: visão do Espiritismo sobre a música

Médiuns espíritas que manifestaram a mediunidade na infância

mediunidade infantil

Como no caso de Ermance Dufaux, antigamente, a mediunidade era vista como um distúrbio mental.

Por essa razão, e devido à dificuldade de registros históricos, não se sabe quem foi o primeiro médium do mundo ou do Brasil.

Por aqui, temos grandes nomes, que descobriram a mediunidade ainda na infância.

Conheça algumas histórias:

1. Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, foi um dos principais médiuns brasileiros, líderes espirituais e filantropos do país.

Com mais de 70 anos dedicados à espiritualidade, ele publicou mais de 450 livros e ultrapassou a marca de 50 milhões de exemplares vendidos em prol da caridade.

Chico começou a desenvolver a sua mediunidade aos 17 anos, quando conheceu o Espiritismo, mas, na verdade, suas primeiras manifestações surgiram aos quatro anos de idade, pela clarividência e clariaudiência.

Ou seja, ele podia ver e ouvir os Espíritos desde criancinha.

2. Divaldo Pereira Franco

Divaldo Pereira Franco é um dos maiores médiuns, filantropos e palestrantes espíritas ainda atuantes.

Aos 94 anos, ele continua a inspirar multidões, trazendo ensinamentos valiosos do mundo espiritual.

Além disso, sua obra social “Mansão do Caminho”, fundada com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira, atende atualmente milhares de pessoas diariamente.

Divaldo também presenciou a mediunidade muito cedo, aos quatro anos de idade, ouvindo e vendo os Espíritos.

No filme Divaldo, o Mensageiro da Paz, a história do médium é compartilhada desde a infância.

Veja no trailer:

Mediunidade infantil: sinais

A mediunidade não se manifesta da mesma maneira para todas as crianças.

Além das diferentes faculdades, há níveis distintos de desenvolvimento.

Algumas crianças conseguem receber e interpretar de forma clara as percepções do mundo espiritual.

Já outras não têm tanta maturidade de suas habilidades.

Entretanto, alguns sinais são bastante comuns à maioria.

São eles:

1. Criança conversando “sozinha”

Conversar sozinho é um dos principais sinais de mediunidade infantil.

Nesse caso, é como se a criança estivesse falando consigo mesma, em forma de conversa interior.

Isso porque a mediunidade pode se manifestar dessa maneira.

Na clariaudiência, por exemplo, que consiste em ouvir Espíritos, nem sempre as vozes são claras.

Muitas vezes, as comunicações vêm do íntimo.

2. Criança conta histórias de amigos imaginários

Amigos imaginários representam, sem dúvida, um forte indício de mediunidade infantil.

Como mencionamos anteriormente, os amigos invisíveis podem ser, sim, fruto da imaginação, mas é bastante comum que sejam Espíritos se comunicando.

3. Perturbação nas crianças por causa da mediunidade

Com o canal aberto e estreito com o mundo espiritual, Espíritos de todos os tipos podem se aproximar.

Ou seja, seres inferiores, com menor grau de evolução, também são capazes de se comunicar com as crianças.

Essa aproximação pode causar algum tipo de perturbação.

Os Espíritos de familiares também podem atrapalhar os pequenos, caso eles não se sintam confortáveis com a mediunidade.

Por isso, sintomas como terror sem motivo, dificuldade para dormir, insegurança, dores sem causa aparente e outros comportamentos estranhos devem ser observados.

4. Crianças escutando vozes

Ouvir alguém chamar o nome é bastante comum em crianças que manifestam a clariaudiência.

Se perceber que seu filho responde mesmo sem ninguém ter falado com ele, este pode ser um indício de mediunidade.

5. Crianças vendo Espíritos ou parentes que já desencarnaram

Normalmente, Espíritos ligados à família costumam aparecer para os pequenos.

Fique atento se o seu filho descrever algum parente ou amigo que já desencarnou.

Vídeos sobre mediunidade na infância

Influência Espiritual em Crianças pela médium Isabel Salomão de Campos:

 

Mediunidade em crianças por Suely Caldas Schubert:

 

É possível a mediunidade na fase da infância?

Livros espíritas sobre mediunidade infantil

Se você se interessou pelo assunto e quer saber mais sobre mediunidade infantil, que tal conhecer algumas obras que abordam o tema?

Confira duas sugestões de leitura:

A nova geração. A visão espírita sobre crianças Índigo e Cristal

Este livro, de Divaldo Franco e Vanessa Anseloni, aborda a nova geração de Espíritos reencarnados: as crianças índigo e cristal.

A obra ensina como lidar e educar esses seres que ajudarão a transformar o planeta Terra.

Crianças Médiuns

Crianças Médiuns, de Luis Hu Rivas, é um conto adaptado para o público infantojuvenil.

Ele traz a história das irmãs Fox e de como elas conseguiram se comunicar com o espírito Charles, que produzia pancadas para atrair a atenção das meninas.

Leia também: Psicofonia: significado, sinais e instruções

Conclusão

mediunidade infantil

Neste conteúdo, vimos o que é mediunidade infantil e alguns sinais de como reconhecer a faculdade nas crianças.

Se você é pai ou mãe, vale ficar atento(a) aos sinais que o seu filho manifesta.

E não se preocupe: a mediunidade infantil é um processo natural.

Vale acrescentar que, para ajudar os pequenos no entendimento do mundo espiritual, a Evangelização Espírita Infantil é aconselhada.

Gostou deste conteúdo sobre mediunidade infantil? Então, aproveite o espaço ao final do texto para escrever o seu comentário.

Se ficou com alguma dúvida, entre em contato conosco.

E, ainda, se quiser ver outro tema sendo abordado por aqui, faça uma sugestão de assunto para a nossa equipe pelo formulário de contato.

6 comentários em “Mediunidade infantil na visão espírita: crianças médiuns”

  1. Avatar
    Maria Aparecida da Silva

    Minha neta de 8 anos há um ano atrás teve uma convulsão e ontem teve outra sempre dormindo estou imaginando que ela possa estar entrando na mediunidade aguardo respostas

  2. Aprendi muito com esses conteúdos aqui apresentados, me ajudaram no estudo do TOMO ÚNICO que frequento no Lar de Frei Luiz. Muitas bênçãos.

  3. Meu filho do meio, 08 anos, contou que vê e ouve meu pai – falecido há 6 meses. Viu tbm minha avó, falecida há 23 anos – ele a descreveu mesmo nunca tendo a conhecido, nem foto viu. Ele sabe que é ela pois ela falou pra ele.
    Disse que no início tinha medo pq só via um corpo brilhante, mas agora consegue ver que é o vovô. Disse que aparecem outras pessoas. Ele ouve. Disse que consegue ir até a “porta do céu” e voltar.
    Agora busco caminhos para ajudá-lo.

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