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Poemas espíritas: principais autores, livros e poesias inspiradoras

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Você já leu poemas espíritas?

Existe uma grande diversidade de obras e autores, assim com um grande número de médiuns que através de diferentes abordagens, retratam o Espiritismo e entre essas obras destacam-se aquelas em que os assuntos espirituais encontram-se descritas pelos poemas.

São belíssimas leituras para complementar a sua rotina de estudos e aproximá-lo ainda mais dos princípios espíritas e da moral evangélica.

Ficou curioso para saber mais?

Então, acompanhe o texto até o final.

Neste conteúdo, além de ficar por dentro dos principais autores, você vai conferir alguns poemas espíritas e livros para se inspirar.

Boa leitura!

Poemas espíritas: o que são?

Poemas espíritas o que são?

Um poema é um texto escrito em versos que se agrupam em estrofes que podem conter rimas ou não.

Normalmente um poema tem uma métrica ou um ritmo que o torna ainda mais atraente para quem o lê nos acalmando e ao mesmo nos instigando para compreendê-lo, por tratar-se de um texto marcado pela subjetividade.

O poema é um dos mais antigos gêneros literários. e pode ser narrativo (ou épico), lírico ou dramático.

Independentemente do tipo, o poema é um gênero usado para expressar sentimentos, pensamentos, desejos, lamentos e outras emoções.

Ele é ainda uma forma de transmitir mensagens valiosas aos leitores.

Seguindo essa característica, há os poemas espíritas, que apresentam os mesmos elementos e reforçam discursos e narrativas relacionados aos diversos aspectos do Espiritismo.

Os poemas espíritas, portanto, são textos que exprimem as ideias e princípios da doutrina espírita.

Um exemplo de tema recorrente abordado nos poemas espíritas é a vida após a morte.

Isso porque os principais autores de poemas espíritas são espíritos desencarnados que se comunicam através dos médiuns psicógrafos.

Alguns poetas espíritas

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Você, certamente, há de reconhecer alguns dos principais poetas espíritas.

Afinal, quando em vida na Terra, eles foram escritores importantes.

Conheça alguns deles a seguir:

Auta de Souza

Auta de Souza viveu entre 1976 e 1901 no Brasil.

Poeta da segunda geração romântica, ela escreveu diversos poemas e um livro intitulado “Horto”.

Auta também tem poemas atribuídos ao seu nome após a sua morte.

Os principais textos foram psicografados pelo médium Chico Xavier.

Seu estilo é refletido pelo tom melancólico.

Amélia Rodrigues

Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues nasceu em 1861 e desencarnou em 1926, em Salvador (BA).

Além de educadora e teatróloga, também foi uma importante escritora e poetisa da época.

Escreveu os poemas “Religiosa Clarisse” e “Bem me queres” ainda encarnada e outras obras após seu desencarne por intermédio de Divaldo Franco.

Jésus Gonçalves

Outro nome conhecido no universo dos poemas espíritas é Jésus Gonçalves, que viveu neste plano entre 1902 e 1947.

Jésus era músico e um divulgador da doutrina espírita.

Mas nem sempre ele acreditou no Espiritismo.

A crença teve início após a morte da sua esposa Anita, quando ela fez contato com ele do outro plano da vida.

Em 1945, Jésus fundou o Centro Espírita Santo Agostinho para realizar, sobretudo, as reuniões de desobsessões.

Após a sua desencarnação , decorrente da hanseníase, Jésus passou a escrever poemas espíritas com o intermédio do médium Chico Xavier.

Augusto dos Anjos

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos foi um poeta brasileiro de característica peculiar.

Embora seguisse algumas técnicas dos estilos poéticos, suas obras eram muito autênticas devido à sua personalidade original.

Augusto dos Anjos desencarnou cedo, aos 30 anos, no estado de Minas Gerais, mas a ida para o plano espiritual não encerrou a sua carreira na literatura.

O poeta continuou escrevendo poemas que foram psicografados por Chico Xavier.

Castro Alves

Antônio Frederico de Castro Alves foi um dos maiores poetas brasileiros.

Ele integrou o estilo romântico e publicou obras consagradas como “Espumas Flutuantes” e “Hinos do Equador”.

O poeta baiano deixou o corpo físico bastante jovem, aos 24 anos, vítima de tuberculose.

Por intermédio de Chico Xavier, produziu poesias mediúnicas.

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio nasceu em 1834 e desencarnou em 1895, no Rio de Janeiro.

Além de ser um poeta, também atuou como advogado, político e jornalista, e era ainda um importante nome do Espiritismo.

Ele foi membro fundador da Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade, que passou a se chamar Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade, em 1879, e participou da criação do Grupo Ismael, que hoje é integrado à Federação Espírita Brasileira (FEB).

Bittencourt Sampaio, como era mais conhecido, publicou obras de elevado cunho moral, principalmente após a sua morte, expressando-se pela mediunidade de Chico Xavier.

Poemas espíritas para se inspirar

Agora que você já foi apresentado aos principais poetas espíritas, vamos conferir uma seleção de poemas que foram escritos por alguns deles.

Acompanhe a seguir:

Evolução, de Augusto dos Anjos, livro psicografia Chico Xavier (Parnaso de Além-Túmulo)

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Se devassássemos os labirintos

Dos eternos princípios embrionários,

A cadeia de impulsos e de instintos,

Rudimentos dos seres planetários;

Tudo o que a poeira cósmica elabora

Em sua atividade interminável,

O anseio da vida, a onda sonora,

Que percorrem o espaço imensurável;

Veríamos o evolver dos elementos,

Das origens às súbitas asceses,

Transformando-se em luz, em sentimentos,

No assombroso prodígio das esteses;

No profundo silêncio dos inermes,

Inferiores e rudimentares,

Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,

A mesma luz dos corpos estelares!

É que, dos invisíveis microcosmos,

Ao monólito enorme das idades,

Tudo é clarão da evolução do cosmos,

Imensidade nas imensidades!

Nós já fomos os germes doutras eras,

Enjaulados no cárcere das lutas;

Viemos do princípio das moneras,

Buscando as perfeições absolutas.

Marchemos, Castro Alves, livro psicografia Chico Xavier (Parnaso de Além-Túmulo)

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Há mistérios peregrinos

No mistério dos destinos

Que nos mandam renascer:

Da luz do Criador nascemos,

Múltiplas vidas vivemos,

Para a mesma luz volver.

Buscamos na Humanidade

As verdades da Verdade,

Sedentos de paz e amor;

E em meio dos mortos-vivos

Somos míseros cativos

Da iniqüidade e da dor.

É a luta eterna e bendita,

Em que o Espírito se agita

Na trama da evolução;

Oficina onde a alma presa

Forja a luz, forja a grandeza

Da sublime perfeição.

É a gota d’água caindo

No arbusto que vai subindo,

Pleno de seiva e verdor;

O fragmento do estrume,

Que se transforma em perfume

Na corola de uma flor.

A flor que, terna, expirando,

Cai ao solo fecundando

O chão duro que produz,

Deixando um aroma leve

Na aragem que passa breve,

Nas madrugadas de luz.

É a rija bigorna, o malho,

Pelas fainas do trabalho,

A enxada fazendo o pão;

O escopro dos escultores

Transformando a pedra em flores,

Em Carraras de eleição.

É a dor que através dos anos,

Dos algozes, dos tiranos,

Anjos puríssimos faz,

Transmutando os Neros rudes

Em arautos de virtudes,

Em mensageiros de paz.

Tudo evolui, tudo sonha

Na imortal ânsia risonha

De mais subir, mais galgar;

A vida é luz, esplendor,

Deus somente é o seu amor,

O Universo é o seu altar.

Na Terra, às vezes se acendem

Radiosos faróis que esplendem

Dentro das trevas mortais;

Suas rútilas passagens

Deixam fulgores, imagens,

Em reflexos perenais.

É o sofrimento do Cristo,

Portentoso, jamais visto,

No sacrifício da cruz,

Sintetizando a piedade,

E cujo amor à Verdade

Nenhuma pena traduz.

É Sócrates e a cicuta,

É César trazendo a luta,

Tirânico e lutador;

É Cellini com sua arte,

Ou o sabre de Bonaparte,

O grande conquistador.

É Anchieta dominando,

A ensinar catequizando

O selvagem infeliz;

É a lição da humildade,

De extremosa caridade

Do pobrezinho de Assis.

Oh! bendito quem ensina,

Quem luta, quem ilumina,

Quem o bem e a luz semeia

Nas fainas do evolutir:

Terá a ventura que anseia.

Nas sendas do progredir.

Uma excelsa voz ressoa,

No Universo inteiro ecoa:

“Para a frente caminhai!

“O amor é a luz que se alcança,

“Tende fé, tende esperança,

“Para o Infinito marchai!”

Poema da gratidão, Amélia Rodrigues, psicografado por Divaldo Franco

 

Senhor, muito obrigado…

Pelo ar que nos dás, pelo pão que nos deste, pela roupa que nos veste, pela alegria que possuímos, por tudo de que nos nutrimos…

Muito obrigado pela beleza da paisagem, pelas aves que voam no céu de anil, pelas Tuas dádivas mil..

Muito obrigado, Senhor, pelos olhos que temos…Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar, que contemplam toda beleza…

Olhos que se iluminam de amor ante o majestoso festival de cor da generosa Natureza!

E os que perderam a visão? Deixa-me rogar por eles ao Teu nobre coração! Eu sei que depois desta vida, além da morte, voltarão a ver com alegria incontida…

Muito obrigado pelos ouvidos meus, pelos ouvidos que me foram dados por Deus. Obrigado, Senhor, porque posso escutar o Teu nome sublime e, assim, posso amar…

Obrigado pelos ouvidos que registram a sinfonia da vida no trabalho, na dor, na lida… O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro, as lágrimas doridas do mundo inteiro e a voz longínqua do cancioneiro…

E os que perderam a faculdade de escutar? Deixa-me por eles rogar. Sei que em Teu Reino voltarão a sonhar…

Obrigado, Senhor, pela minha voz, mas também pela voz que ama, pela voz que ajuda, pela voz que socorre, pela voz que ensina, pela voz que ilumina e pela voz que fala de amor, obrigado, Senhor!

Recordo-me, sofrendo, daqueles que perderam o dom de falar e o Teu nome não podem pronunciar. Os que vivem atormentados na afasia e não podem cantar nem de noite, nem de dia.

Eu suplico por eles sabendo, porém, que mais tarde, no Teu reino voltarão a falar…

Obrigado, Senhor, por estas mãos que são minhas alavancas da ação, do progresso, da redenção… Agradeço pelas mãos que acenam adeuses, pelas mãos que fazem ternura, e que socorrem na amargura.

Pelas mãos que acarinham, pelas mãos que elaboram as leis, pelas mãos que cicatrizam feridas retificando as carnes sofridas balsamizando as dores de muitas vidas!

Pelas mãos que trabalham o solo, que amparam o sofrimento e estancam lágrimas, pelas mãos que ajudam os que sofrem, os que padecem…

Pelas mãos que trabalham nestes traços, como estrelas sublimes fulgindo em meus braços!

E pelos pés que me levam a marchar, ereto, firme a caminhar. Pés de renúncia que seguem humildes e nobres sem reclamar…

E os que estão amputados, os aleijados, os feridos, os deformados, eu rogo por eles e posso afirmar que no Teu Reino, após a lida dolorosa da vida, hão de poder bailar e em transportes sublimes outros braços afagar…

Sei que a Ti tudo é possível mesmo que ao mundo pareça impossível…

Obrigado, Senhor, pelo meu lar,o recanto de paz ou escola de amor, a mansão da glória…

Obrigado, Senhor, pelo amor que eu tenho e pelo lar que é meu… Mas, se eu sequer nem um lar tiver ou teto amigo para me aconchegar nem outro abrigo para me confortar…

Se eu não possuir nada, senão as estradas e as estrelas do céu, como leito de repouso e o suave lençol, e ao meu lado ninguém existir, vivendo e chorando sozinho ao léu sem alguém para me consolar…

Direi ainda: Obrigado, Senhor porque Te amo e sei que me amas, porque me deste a vida jovial, alegre, por Teu amor favorecida… Obrigado, Senhor, porque nasci…

Obrigado porque creio em Ti e porque me socorres com amor, hoje e sempre, obrigado, Senhor!

A Caridade, de Rabindranath Tagore, psicografado por Divaldo Franco (Livro Pássaros Livres)

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Ela chega, suave e ridente como o claro rosto do dia.

Embriaga de perfume e canta melodia de rouxinóis aos ouvidos do sofrimento, chilreando como colibris em festa de primavera feliz.

Clareia com o archote do amor as sombras dominado-ras e as devora em hausto de infinita ternura, deixando bênçãos…

… E passa como o amortecer da tarde, deixando róseas marcas sobre as nuvens fugidias, a fim de mergulhar no zimbório celeste, para lucilar no festival de estrelas prateadas do infinito…

Todos a ambicionam e poucos a possuem, muitos a anelam e raros a desdobram, por isso ela é a mãe das virtudes e a excelência da expressão da vida, a serviço de Deus entre os homens.

Alma da caridade e sopro de vida, constitui o esforço do homem à mais elevada busca da conquista espiritual.

Corta e rasga com o teu punhal de amor a sombra da minha vida e prenhe de luz governa o país do meu coração, caridade sublime, a fim de que nunca mais eu tropece nos obstáculos da minha ignorância, que tento superar!

Domina-me, alma do amor, de tal modo, que o poema-canção da caridade irrompa do meu sentimento, na direção da garganta do mundo, entoando o teu hino de paz e de beleza incomparável.

Livros com poesias ou poemas espíritas

Livros com poesias ou poemas espíritas

Como vimos, os poemas espíritas referidos acima, em sua maioria, foram publicados em livros.

Se você se interessou pelas mensagens, vale a pena conhecer as principais obras que destacam poesias e poemas espíritas.

Fique por dentro dos títulos a seguir:

Parnaso de Além-Túmulo, psicografado por Chico Xavier

Parnaso de Além-Túmulo (1932) é um dos mais relevantes livros de Chico Xavier.

É o primeiro dos mais de 450 já publicados pelo médium.

A obra reúne poemas de diversos espíritos desencarnados, dentre eles: Artur Azevedo, Augusto dos Anjos, Bittencourt Sampaio, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Cruz e Sousa, Olavo Bilac e muitos outros poetas.

À época da publicação, muito se falava sobre a veracidade dos textos.

Humberto de Campos, membro da Academia Brasileira de Letras, fez questão de abordar o trabalho do médium em artigos no Diário Carioca.

O escritor afirmou que os poemas apresentavam as mesmas características das obras e autores durante a vida terrena.

Pássaros Livres, de Rabindranath Tagore, psicografado por Divaldo Franco

Pássaros Livres (1990) é um livro psicografado pelo médium Divaldo Franco e ditado pelo espírito Rabindranath Tagore, que foi um poeta indiano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura no ano de 1913.

Tagore integrou o Modernismo ou Pós-Modernismo poético, período em que os poetas eram livres para desenvolver os textos, ou seja, sem apego às métricas e regras literárias.

Assim, ele ficou conhecido pelos seus versos belíssimos e sensíveis.

Essa característica também é presente nos poemas de Pássaros Livres.

A obra, além de ser envolvente pelos encantos do texto, também é um instrumento de reflexão e orientação quanto à prática do bem.

Poetas Redivivos, psicografado por Chico Xavier

Chico Xavier, um dos maiores médiuns do mundo e expoente do Espiritismo no Brasil, contribuiu com a publicação de inúmeros poemas ditados por diferentes espíritos.

Poetas Redivivos (1969) é uma das coletâneas produzidas.

Este livro reúne 113 poemas sobre temas diversos relacionados à espiritualidade.

Morte, reencarnação e lei de causa e efeito são alguns dos assuntos abordados pelos espíritos escritores.

A obra é uma linda inspiração para o entendimento da progressão espiritual.

Gotas de Luz, psicografado por Chico Xavier

Gotas de Luz (1953) é mais uma obra psicografada de Chico Xavier.

Desta vez, pelo espírito Casimiro Cunha, que foi um poeta em vida terrena e, após desencarnado, compartilhou outras obras com o médium.

O nome do livro não é à toa.

Nele, são mesmo derramadas gotas de luz nos leitores ou, também dizendo, mensagens do Evangelho.

Ao tratar de assuntos como caridade, perdão e trabalho, Gotas de Luz enfatiza os ensinamentos de Cristo e auxilia na busca contínua pelo autoaperfeiçoamento.

Conclusão

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Neste conteúdo, apresentamos os poemas espíritas, que são um gênero literário que aborda temas relacionados ao Espiritismo.

Grande parte dos textos são produzidos por espíritos desencarnados que foram poetas durante a passagem pelo plano físico.

Os poemas, além de encantadores, são edificantes.

Portanto, vale a pena a leitura.

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